LUGAR SOTURNO
Na vida estamos expostos a tudo e pode ser que na morte também
LUGAR SOTURNO
LUGAR SOTURNO
Acordo noite fechada abro olhos, sonhos escurecidos e a presença de quem consigo reconhecer sem dificuldade.
É pensamento bem prazeroso gostoso. Na cama calor corpo acordado a recusar coberta cobertor porque frio já não há.
Intenção num movimento claro evidente ao escuro da noite fechada no quarto em que escapo por forte sensação ao encontro que traz presença que reconheço sim, mulher na aparência desse sentir exposto a tão evidente transparência.
Este lugar aqui mais parece não existir.
É pensamento bem prazeroso gostoso. Na cama calor corpo acordado a recusar coberta cobertor porque frio já não há.
Intenção num movimento claro evidente ao escuro da noite fechada no quarto em que escapo por forte sensação ao encontro que traz presença que reconheço sim, mulher na aparência desse sentir exposto a tão evidente transparência.
Este lugar aqui mais parece não existir.
Belo Horizonte, 22 julho 2009
CASO DA VALÉRIA
Se foi a Valéria quem contou, não há dúvida.
A Valéria não mente nunca.
Velório naquela pacata cidadezinha. Já à beira do túmulo familiares abrem o caixão para despedida derradeira. Próximo ao esquife coveiro espera paciente com sua pá companheira de tanto tempo. Pensa na aposentadoria que virá daqui a poucos meses.
De repente, o inusitado. O homem defunto abre os olhos, estende os braços e tenta levantar-se do caixão. Coveiro reage sem pestanejar. Ergue a pá e num golpe certeiro e fatal atinge a testa daquele sei lá quem matando em definitivo o morto e esbravejando:
- Fique quieto aí no seu lugar porque não será você agora que irá estragar minha aposentadoria atrapalhando meu serviço.
Disse e repito. Se foi a Valéria quem contou, não há dúvida.
A Valéria não mente nunca.
A Valéria não mente nunca.
Velório naquela pacata cidadezinha. Já à beira do túmulo familiares abrem o caixão para despedida derradeira. Próximo ao esquife coveiro espera paciente com sua pá companheira de tanto tempo. Pensa na aposentadoria que virá daqui a poucos meses.
De repente, o inusitado. O homem defunto abre os olhos, estende os braços e tenta levantar-se do caixão. Coveiro reage sem pestanejar. Ergue a pá e num golpe certeiro e fatal atinge a testa daquele sei lá quem matando em definitivo o morto e esbravejando:
- Fique quieto aí no seu lugar porque não será você agora que irá estragar minha aposentadoria atrapalhando meu serviço.
Disse e repito. Se foi a Valéria quem contou, não há dúvida.
A Valéria não mente nunca.
Belo Horizonte, 08 outubro 2006
8 comentários:
Primeira vez que frequento aqui, e gostei muito do conteúdo do seu blog, e da forma como escreve... misturando literatura à realidade! Muito bom mesmo, parabéns! Voltarei sempre!
Já pensou um susto destes,rsss
Abração,Cadinho!!
A noite é o cenário de inspiração ideal para escrever:D
Gostei do texto, mesmo 5estrelas.
Beijo grande e peço imensas desculpas pela minha ausência!
O lugar pode até sortuno, mas a companhia não o deixa ser soturno...
Hua, kkk, ha, ha, fala sério, este coveiro leva muito a sério o trabalho.
Fique com Deus, menino Cadinho.
Um abraço.
E porque relembrar é viver...
Beijos,
Ana Lúcia.
Sinistro! Mas pode ter acontecido, sabe-se lá o que pode um homem calejado e fechado na sua couraça pode fazer!
Façamos da solidão uma aliada , pode até ser fêmea como a noite, mas não necessariamente traiçoeira.Abraços mil.
Ainda bem que Valéria estava lá para nos contar!
amei o seu pensamento, na noite podemos sentir com a alma... e achei a do coveiro um barato,kkk
como sempre só coisas lindas de ler,de aprender!!!abço Cadinho!!
Elane
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