MAMONAS
Não tem como vivermos sem referência
MAMONAS
Fazia tempo que eu não via uma mamoneira. Não que elas sejam raras em Belo Horizonte, muito antes pelo contrário. Na casa em que praticamente nasci, vivi e vivo ainda hoje, depois de ter saído e voltado, mamoneiras eram mato.
Nas mamoneiras as mamonas que quando menino eu as utilizava em várias brincadeiras. Hoje, ao observar as mamonas deparo com a sensação do quanto são importantes as referências de infância. Elas marcam nossas vidas, valores que cultivamos e usamos de maneira diversa por nossa caminhada.
Penso em São João da Barra, Grussaí praia recheada por muitos e muitos acontecimentos. Não lembro ter visto mamonas em Grussaí, mas das mamoneiras que vejo aqui extraio a insinuação de situações outras nesta Grussaí que hoje convive com ameaça de transformação pesada demais. Aqui, as mamoneiras foram arrancadas para o surgimento de prédios, paredes, progresso. Em Grussaí, a impetuosidade de um progresso que parece querer inundar a praia com outras paredes a desafiarem a liberdade do mar.
Belo Horizonte, 02 novembro 2010
APRENDENDO A CELEBRAR
Senhora chegou animada da vida. Empolgada com tudo, falava contava caso do acontecido com detalhe minúcia dando demonstração do quanto foi agradável ter vivido tudo aquilo.
Nada de muito exuberante, mas muito envolvente. E quando dispomos a gostar dos instantes de nossas vidas, cá entre nós, fica tudo mais fácil, bem mais fácil. Talvez tenha sido isso também. Mas importante mesmo foi oportunidade de “assistir” àquela missa que ia direto ao coração transformando vida por inteiro.
Padre então deu dois pigarros seguidos de tosse seca e rápida o suficiente para quebrar ritmo daquela fala, tomando a palavra carinhosamente.
- Tudo muito bem, tudo muito bom. Mas aqui, atenção para singular detalhe. É que para nós católicos, a missa é cerimonia sagrada e que necessita sim da participação de cada um de nós e não de formal assistência. Padre ensinou que é fundamental participar da missa, cuja celebração não é feita para ser “assistida”. Ao invés de ficar do outro lado da margem, nada mais simples que vir ao estar junto do que em cada um de nós instala o Espirito Santo.
Foi isso mesmo. Senhora percebeu que, sem saber, permitiu-se a participar da missa. Ela fez a travessia.
Belo Horizonte, 09 agosto 2004
6 comentários:
Adorei a entrada
Seu blog é lindo e cheio de arte
Foi um prazer visitá-lo e lê-lo
Deixo-vos beijos e abraços
Até logo.
Juro que pensei q vc ia falar dos mamonas assassinas =x uhuhauahua
=**
Todos nos vivemos com referencias...:)
Beijo d'anjo
Passei aí pertinho ontem, porém não quis parar, estava cansada. Vinha de Campos do Jordão, entre frio, calor, chuva e sol... não me animei em parar pra comer um peixinho ai na lagoa. Pena.
Adoro observar abacateiros, pois lembram minha infância traquina, um sobe e desce sem fim rsrsrs coisas de criança. Amei sua postagem!
Beijinhos carinhosos da Rô
quanto tempo eu não vinha aqui e concordo com a Mariana Dore tbém achei o mesmo! que ela!
bjs boa semaninha
Muito bom o texto, parabéns
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