SILENCIANDO

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SILENCIANDO

     Duas situações bem simples neste 23 de novembro.

     Desde que me entendo por gente, neste dia celebro nascimento da minha irmã Christina que já não vive entre nós.

     Foi no último 23 de setembro que então meu companheiro, o cão Jota, morreu.

     Dessas duas situações o silencio que instalado em mim busca do presente alguma reação que não encontro. Da noite o sono que não aparece. Do amanhecer as caminhadas com cão Jota que desapareceram. Do dia a saudade da minha irmã Christina desaparecida desse mundo.

     Dessas duas perdas esse sentimento perdido nesse eu perdido em mim a desafiar busca que aos poucos aprendo a silenciar.

Belo Horizonte, 23 novembro 2013

OVELHA TRANSPARENTE

     Já posso imaginar sua descrença. Mas tenho consciência tranqüila de estar diante de legítimo relato.

     A ovelha não apareceu, pela simples razão de ter ficado literalmente transparente. Sua presença está manifestada por indiscutível sensação a chegar mesmo a esbarrar em seu corpo, que nem por isso deixou de existir. O que permite interessante comunicação entre nós.

     Uma vez atingido por toda limitação material que simplesmente tomou conta da minha vida, deparo com aflitivos instantes. Aí surge a ovelha transparente para suavizar tudo. Ela mostra a tônica do caminho a seguir, demonstrando a certeza que deverá estar mantida no âmbito da esperança. Exubera a lembrança, como referência de todo esse aprendizado, e clama pela resistência que jamais deverá cair na orla do esquecimento. Assim, vou destacando informações mais que pertinentes ao meu estar.

     Diante de tudo, a firmeza da fé. Meu grande patrocinador é, e continua sendo, Deus. O que já traz ao meu agir, forte motivação.

Belo Horizonte, 05 agosto 2002