Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

sábado, 11 de janeiro de 2014

QUERENDO CARINHO

SÉRIE XAMÃ dos Folhetos Cadinho RoCo
QUERENDO CARINHO
     Faz muito calor.
     Xamã meio febril após dose de vacina poderosa para imunizar seu corpo dos perigos da vida.
     Haverá perigo maior do que aquele que traz a solidão, ausência de amor e vontade de viver? Jeitão do Xamã indagar as coisas é singular. Bicho salta em busca de carinho ao modo dele que ensaia mordidinhas de mentirinha. Mas o afiado dos seus dentes é tão verdadeiro quanto força de sua mandíbula que cresce em pressão e dimensão.
     Mistura de calor e efeito da vacina deixam animal meio quieto, mas sempre atento ao meu agir.
     Bicho quer carinho.

Belo Horizonte, 11 janeiro 2014
FANTASMAS NÃO SANGRAM
     Fantasmas não sangram, porque não possuem sangue. O que não quer dizer que sejam eles incapazes de sangrar quem possui sangue. Aí é que está a questão. Poderemos possuir melhor das intenções, que pouco ou nada adiantará se retidos ficarmos exatamente por elas. Poderemos ser incapazes de ferir quem quer que seja, o que não quer dizer que, mesmo sem intencionar, capacitemos o que, ou quem então irá ferir.
     Em nenhum de nós existe a capacidade plena de sermos só o que queremos ser. Para o mais forte, a existência de enorme fraqueza, para o mais sóbrio, a ocasião de alucinado delírio por tantas vezes a viver latente por muito tempo. Ao mais corajoso, a terrível ameaça do medo. Ao mais afoito, a veloz presença da inibição. E quanto maior for a ignorância de tais evidências, maior será o desempenho dos tantos fantasmas, senhores oportunistas a cultivarem sempre o ceticismo naquelas almas que insistem em desconhecer e desconfiar do acreditar.
Belo Horizonte, 11 fevereiro 2003


3 comentários:

Evy LO disse...

Muito lindo

Beijos

Lidia Ferreira disse...

verdade meu querido , mesmo doentes eles tentando pedir e dar carinho
Amei !

Célia disse...

Xamã mostra a força de vontade de viver em alegria...
Já, nós, os humanos, nem sempre conseguimos enfrentar nossos fantasmas...
Abraços.