Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

quinta-feira, 10 de abril de 2014

ESTRANHO DEMAIS


SÉRIE XAMÃ em curso e SÉRIE ESTRADA REAL nascida em setembro de 2003 dos FOLHETOS CADINHO ROCO

ESTRANHO DEMAIS

     Por vezes penso que não nasci para a realidade que se apresenta a cada dia que passa.
     - Nasceu para viver em outro mundo? Pergunta Xamã.
     Talvez seja isso sim Xamã, porque em muitos momentos percebo ser a realidade bronca demais para o que cultivo em minha alma, em meu viver. Muita coisa muito estranha, muita inversão de valores, muita interpretação completamente mentirosa do que hoje é apresentado de maneira tão fantasiosa.
     Por vezes percebo rigores extremados, por vezes absorvo permissões desmedidas. Em meio a isso tudo mergulho na solidão de sentidos avessos ao que se dispõe a ser o que sequer consigo decifrar.
     Xamã ainda mais intrigado procura saber de mim que mundo é esse que estamos nele.

Belo Horizonte, 10 abril 2014

SER ESTRADA

     Ser alguém nesta estrada não é só uma questão de caminhada. Ser alguém nesta caminhada não é só uma questão de trânsito. Transitar nesta estrada é abrir permissão para infindas revelações.
     O ser alguém para si mesmo pede extensão. Estender o fôlego para o vagar dos passos é seguir, avançar. É quando expostos ficamos ao deparar com a surpresa de cada surpresa. Superar a curva de cada curva é dar olhos à paisagem.
     Ser vida nesta estrada é sentir a sua presença marcada por tantos mistérios. É respirar a natureza das folhas e flores, das pedras e grãos desta terra que guarda em forma de desenho, o peso corpo que passa. Ser vida nesta estrada é ser parte dela que descreve no intimo vigor inteiro.

Grussay, 18 janeiro 2004

 

 

2 comentários:

Bell disse...

As vezes eu acho que não pertenço a esse mundo, me questiono tb sobre os valores perdidos sobre a forma em que as pessoas tem enxergado a vida.
Vejo poucas pessoas praticando o bem, aliás isso nem passa nos noticiários, só passa desgraça e crueldade.

Carla Ceres disse...

Rigores extremados e permissões desmedidas. Percebeu bem, Cadinho. Abraço!