SEM FIRULAS
SÉRIE XAMÃ
FOLHETOS CADINHO ROCO
SEM FIRULAS
Quando elegemos a mentira, é lógico que passaremos então a estar em
estado de mentira. O que não dá é querer se permitir ao expediente da enganação
sem querer que a partir daí não nos sintamos enganados.
Em princípio a verdade é simples demais e por isso mesmo dispensa a
postura de conversas a insistirem em querer convencer nação inteira com
promessas e afirmações idas do nada para o lugar nenhum.
Xamã, apesar de ser ainda cão filhote, não vai na prosa mansa de quem
diz combater a corrupção justo quando corrompe.
Belo Horizonte,
19 maio 2014
PESSOA
HUMANA
“Pessoa Humana” foi o que ouvi daquele
padre estrangeiro que falava sobre interessante assunto. Nome dele lembro não.
Muito provavelmente um padre italiano. Talvez por isso tenha dito “pessoa
humana” que a mim parece afirmação óbvia com requinte de singular pleonasmo. De
repente, o padre repete referindo-se por mais uma vez à “pessoa humana”. Penso
no assunto.
A insistência do padre com discurso tão
firme e envolvente traz a mim inquietação quanto à “pessoa humana”. Até que de
repentino lampejo sou surpreendido por espantosa conclusão. A insistência do
padre poderá ter sim expressiva intenção. Na sutileza do seu dizer, ao firmar
propósito em apontar a pessoa humana, ele passa a distingui-la de outra pessoa,
ou seja, da pessoa desumana. Percebo então, que só sendo uma pessoa é que ela
poderá ser humana, ou desumana.
Taís, será que por não perceberem o que é
ser humano é que tanta gente transforma-se em pessoa desumana?
Belo
Horizonte, 31 maio 2004
2 comentários:
Mentira tem perna curta.
Oi, Cadinho! Verdade e política raramente caminham juntas. Até o Xamã desconfia disso. Abraço!
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