DELÍRIO
SÉRIE XAMÃ dos
FOLHETOS CADINHO ROCO
DELÍRIO
A governanta agora aparece para dizer que nas campanhas políticas deste
2014 haverá muita mentira esparramada Brasil afora.
É isso mesmo Xamã. Dá pra acreditar?
Enquanto coloco-me como parte da citada elite branca brasileira penso
haver aí mais um gesto da governanta de inversão das coisas todas. Nem quando
aponta para a mentira a governanta consegue ser verdadeira. O que na realidade
aparece Brasil afora é a revelação de mentiras acumuladas e assumidas a todo
instante.
O que dizer das obras inacabadas que passam por uma, duas, três e até
quatro solenidades de inauguração? O que dizer das promessas repetidas em busca
de um futuro inexistente? O que dizer de uma governanta que hoje sequer
consegue se expor ao público sem ser veementemente repudiada?
Na verdade, quem mente precisa de ter sempre a mentira muito bem
escondida.
Belo Horizonte,
29 junho 2014
MANHÃ
JUVENIL
O dia está escuro porque é noite. A noite
está clara, porque há luzes acesas. Luzes presenças de seres pessoas iluminadas
pela estima amor carinho que desafia as sombras trevas impostas por nossos
pensamentos atitudes perdidas em atordoadas conclusões.
Mas o que aconteceu de manhã é que foi
surpreendente e simpático. Perguntou-me se eu lembrava dela. Perguntei-lhe pela
família e coisa e tal. Foi pouco mais que gracioso cumprimento estendido ao
convite para encontrarmos depois naquela loja próxima dali. Foi daí que
remetido fui a um tempo de juventude exposta a um passado que aos meus olhos já
não chega a ser recente. Mas foi tudo muito bom, agradável e simpático.
É sempre assim. Quando menos esperamos,
eis que somos levados a convívios perdidos encontrados no tempo. O sorriso dela
deu-me a sensação de que por um instante deixei de envelhecer.
Belo
Horizonte, 22 outubro 2004
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