ARREDIO
SÉRIE XAMÃ dos
FOLHETOS CADINHO ROCO
ARREDIO
Talvez eu seja mesmo um artista arredio
Xamã. Não tenho os painéis que pinto, óleo sobre telas, em nenhuma galeria especializada,
nem o que escrevo aliado a nenhuma editora. Costumo dizer que faço o que posso
sem me permitir à inibição própria do que limita o meu trânsito por aí.
Confesso não ter mais disposição para me
expor a conversas que já tive oportunidade de participar e que nunca me levaram
a caminhos, digamos, promissores. Há muita intenção e pouca efetivação de atos
que de fato possam surtir efeitos práticos ao meu trabalho, à solta por aí.
Hoje tenho em meu discurso a objetividade
porque preciso vender para que eu tenha como dar a mim mesmo vida digna. A
coisa é simples assim e sair disso é chover no molhado.
Não tenho mais a ilusão de uma vaidade que
não consegue ir além do que só aparenta ser.
Belo Horizonte, 24 julho 2014
SEGUINDO EM FRENTE
São quatro direções. A primeira a que trouxe-me até aqui. A segunda, que
aponta descida para aquele abismo de fogo. As outras duas, descidas
desconhecidas. De uma delas percebo a vinda de alguém. Ela trazia consigo um
animal encoleirado. Foi aproximado-se vagarosamente. Sua beleza surgiu aos meus
olhos. Era a Jujuzinha trazendo consigo o cão Aleph. Seu semblante alegre
transmitia paz. Ela entregou-me o cão Aleph e juntos seguimos pela descida que
estava à nossa frente. Estaríamos percorrendo a tal trilha da felicidade?
Jujuzinha alertou-me para o mistério de todo e
qualquer futuro e da necessidade em acreditarmos nele. Não afirmou nem negou
nada. Ela simplesmente mostrou-me aquela escada que subia para não sei onde,
dizendo que eu deveria seguir com o cão Aleph, posto que ela não teria como ir
comigo. Foi aí assim que ela deixou-me só com o cão Aleph, tomando rumo da
escada.
Belo Horizonte, 24 dezembro 2004
4 comentários:
Tenha um lindo dia, e conquiste tudo que seu coração desejar.
Sucesso =)
Oi, Cadinho! Tenho a impressão de que seus painéis mudaram de fase. O da Imagem do Dia, por exemplo, tem um estilo diferente. A qualidade não mudou, continua alta. Parabéns!
Cadinho, querido, tu sabes que somos teus admiradores incondicionais, tanto da tua pintura que é diferenciada de tudo que já conhecemos, quanto da não menos excepcional maneira mineira (perdão pelo trocadilho, não resisti)de escrever esses deliciosos contos. Grande abraço!!!
Boa noite prezado amigo!
Obrigada pela presença sempre muito amável na meu recanto!
Tudo do melhor para você!
Maria Alice
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