NOVE MESES
SÉRIE
XAMÃ
FOLHETOS
CADINHO ROCO
NOVE MESES
No mês passado escrevi que Xamã completava
9 meses de vida quando na realidade ele iniciava o seu nono mês de vida. Por
isso é que hoje Xamã completa 9 meses de existência. Ele nasceu exatamente no
dia de Nossa Senhora Aparecida, 12 de outubro. Um dia sagrado que poderá também
ter sinalizado para a magia desse cão que, segundo João da Barra, é mais que um
cão. Um animal com sensibilidade muito destacada, capacidade de observação bastante
atenta, afinidade que está no mais sutil dos seus gestos e por aí vai.
Sinceramente, aprendo a decifrar Xamã cujo
instinto não se limita ao encontrado nas características de um cão pastor
alemão. Ele vai além e por isso mesmo é que tenho Xamã como um ser simplesmente
intrigante.
Belo Horizonte, 12 julho 2014
MUNDO NENHUM
Vem chuva do
céu, mas no céu não chove. A chuva que nasce do céu para o céu é chuva de luz
feita em gotas raios que quando escapam entre nuvens trovões que fazem barulhão
danado. Mas no céu barulho também é outro. Sonoridade do céu parece música
poesia declamada pelo dizer ditado por aquilo que entendemos como silencio. As
coisas no céu são mesmo outras.
Andar, flutuar
no céu é também diferente. Tão diferente, que não chega a ser nem andar, nem
flutuar. É exercício desprovido de rumo e cansaço. É sensação constante de
alívio disposição que não causa nem ansiedade, nem expectativa. Tudo acontece
sem acontecer porque no céu acontecimento traduz sentido outro. É mundo de
abstração, por ser mundo de outro mundo, que acaba sendo mundo nenhum.
Pra resumir, o
céu é tudo que não é, por não ser tudo que é.
Belo
Horizonte, 06 dezembro 2004
2 comentários:
Navegar no céu é sentir a abstracção terrena, pois a existência celeste é algo longe do toque humano...Talvez que as aves em seu voo toquem algo lá existente.
Muito bom
Beijinho da Gota
Parabéns a Xamã!
Beijinhos
:)
http://cariocaemportugal.blogspot.pt/
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