Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

TERCEIRA PESSOA



SÉRIE XAMÃ dos
FOLHETOS CADINHO ROCO
TERCEIRA PESSOA
     Xamã mostra que acreditar por acreditar é algo muito perigoso. Nem todo acreditar traz belas consequências porque quando acreditamos na mentira passamos a ser vítimas da realidade.
     Nem toda promessa é merecedora de aplauso e admiração porque quando a promessa promove a ilusão eis que passamos a ser vítimas do desencanto, do engano.
     Aquelas duas lavadeiras que acreditam ser mais eficaz falar do que limpar a roupa suja são frutas de uma mesma árvore. Tolo é quem crê haver no agir de uma das lavadeiras a solução do problema criado pela outra. As duas formam um só problema cuja solução está mesmo é numa terceira pessoa com experiência capaz de transformar seu discurso em limpeza consistente, oportuna e necessária.
Belo Horizonte, 15 setembro 2014
HAJA DINHEIRO
     Estou em casa, quero hoje ficar em casa. Da emissora de rádio ouço música verdadeira apologia ao dinheiro. Bobagem do princípio ao fim. Não sei quem é são os autores e nem quem interpreta. Melhor assim.
     Em casa, medito. É por essas e outras que estamos no mundo em que estamos. Quando o dinheiro adquire valor que em verdade não tem, situação fica dificílima. Criançada brincando de assaltar os outros, gente assustada por noticiários cada vez mais terríveis e por aí vamos vivendo e convivendo com sucessivas inversões de valores, mais que ameaçadoras.
     Assim é propagar mundo de ninguém e estimular o salve-se quem puder e como puder.
     Observo casa em que vivo. Não é só uma construção de concreto, ferragens e pedras. É, mais que tudo, construção de enorme gesto de amor dedicado ao mais puro e simples espirito de família. Não é nenhum objeto de especulação financeira imobiliária e nem tão pouco da cobiça. É um lar que de suas entranhas sente o quanto é ruim péssimo estar hoje sua identidade tão perdida em meio a tantas aberrações. Tudo por essa espécie de aceitação coletiva que insiste em ficar retida à materialização de todas as coisas. E haja dinheiro.
Belo Horizonte, 25 junho 2005

2 comentários:

Bell disse...

Cada dia mais complicado confiar nas pessoas não é mesmo ?

Ana Bailune disse...

E as pessoas ficam cada vez mais isoladas umas das outras. Porque as casas perderam seu sentido.