DIZER DA VERDADE
SÉRIE XAMÃ
FOLHETOS CADINHO ROCO
DIZER DA VERDADE
A verdade não tem duas caras e não cede à
pressão da mentira.
Para a pessoa mentirosa, a mentira se faz
verdadeira fazendo com que sua verdade seja mentirosa.
A pessoa mentirosa mente mesmo quando diz
estar dizendo a verdade. Usa e abusa da boa fé de quem, por inocência ou
cumplicidade, aplaude suas informações impregnadas de falsidade. Diz ser
transparente mesmo quando se permite a negociações secretas cujos detalhes
ficam escondidos a sete chaves.
Xamã
sabe do quanto a mentira precisa de sombrios esconderijos.
Quem vota na mentira abre mão da verdade.
Voto de verdade é: Aécio 45.
Belo Horizonte, 15 outubro 2014
Guandeiro
Fez aniversário, sumiu desapareceu, pegou
estrada e foi parar lá em Pedra Azul. Semana inteira de descanso vida pra quê
te quero. Problema de cidade grande fica pequeno diante do jeitinho gostoso que
Tita tem de encarar coisas todas.
Feijão-andu, feijão-de-árvore,
feijão-guandu, guandeiro. Tudo mesma coisa nada igual ao sabor brejeiro que
traz hálito lá das origens. “Em Pedra Azul cachorro não come feijão-andu porque
não sobra nada pra ele.” Assim é que Tita explica mostra como é que tudo acontece
lá pelas profundezas do baixo Jequitinhonha.
Faz calor danado na terra seca do lote
baldio cercado por muro cimento pintado de cinza. Ninguém mora lá caminho de
gatos ratos assustados. Pedaço de terra de alguém que não sei quem é. Também
não sei porque encontro Tita no meu pensar vazio agora, tal qual aquele lote
vazio.
Belo
Horizonte, 15 outubro 2005
Um comentário:
oi Cadinho
Nenhuma mentira é eterna, a verdade sempre deixa seu rabinho de fora rs.. e uma hora ele aparece.
Tudo é questão de tempo.
Quem é de verdade sabe quem é da verdade.
Postar um comentário