SENTINDO OURO PRETO
SÉRIE XAMÃ dos
FOLHETOS
CADINHO ROCO
SENTINDO OURO PRETO
Tem dia que a gente pensa em ir para um
lado e acaba indo para outro. Isso porque não dá pra gente programar tudo, pra
fazer tudo do jeitinho que a gente quer. Daí a pertinência da criatividade, da
lembrança em encontrar saída para o que vem a nós pedindo passagem.
Continuo pensando em Ouro Preto, Xamã não
conhece Ouro Preto. Dia desses li mensagem de alguém que conheceu Ouro Preto em
pleno estado de deslumbramento. De fato a beleza de Ouro Preto é diferente, o
jeito de Ouro Preto é envolvente, essa relação de passado e presente em Ouro
Preto é instigante.
Alguém espera por mim em Ouro Preto, sinto
haver movimento a me levar a Ouro Preto.
Belo
Horizonte, 20 dezembro 2014
LIÇÃO DO CANIVETE
Era um
canivete lindo compacto, bom de se usar, bom de se guardar. Ao entregar o
canivete ele começou a falar de bela oportunidade de trabalho que a mim
destinava. Seguiu rumo à janela e apontou para aquela enorme pedreira nem tão
distante. Lá estava razão do meu trabalho. Eu deveria ir até à pedreira e
corta-la desbasta-la. Dinamitar? Nada disso. Eu teria mesmo é que canivetar a
bruta.
Aquele
canivete peça única em minhas mãos demonstrava ter significado duplo. Para o
senhor de proposta tão alucinada, canivete tinha valor extraordinário
espetacular, muito além do que de fato ele representava. Para mim, canivete
trazia símbolo de ganho completamente incompatível com aquela oferta de
trabalho.
Era só um
canivete, era só uma pedreira. Era só uma proposta de trabalho a denunciar
realidade tão áspera. Era só um gesto de abuso, em forma de oferta.
Belo Horizonte, 07 abril 2006
Um comentário:
Ouro Preto é lindo!
Lindo trabalho, cadinho.
Feliz natal e um 2015 de muita paz!
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