TELEPATIA
SÉRIE XAMÃ dos
FOLHETOS CADINHO ROCO
TELEPATIA
Na realidade o cão Xamã não pinta nenhum quadro e nem tão pouco assina
absolutamente nada, porque Xamã não sabe escrever. Quem faz isso sou eu por ele e a pintura que assino
como sendo do Xamã tem a ideia que obtenho dele. É do cão que obtive o que
transferi para uma camiseta e não para um quadro. A assinatura do Xamã tem
minha caligrafia como se estivéssemos, eu e o cão, num processo telepático.
Que tudo isso não passe de fantasia pode até
ser, mas e daí? Melhor viver isso do que testemunhar tanta incompetência
esparramada por aí a fazer da realidade algo marcado por momentos tão bestiais.
Belo Horizonte, 17 fevereiro 2015
ESCONDERIJO DO
SILENCIO
Deixo-me levar
por esta brisa praiana trazida por onda após onda mar aberto ao mirar dos meus
sentidos.
Imagino porque
posso imaginar.
Sonho porque
posso sonhar.
Invento
cabelos testa olhos narinas lábios e queixo entre bochechas desta face
desenhada em mim, mas que minha não é. Poderá ser você com vontade de saber
quem é em mim este seu ser feito assim.
É praia mar
água que vem e que vai banhando cardumes de reluzentes indagações.
Eu anônimo,
estrangeiro ou nativo, no seu nosso meu esconderijo a dizer do silencio que
tratamos de não dizer ao outro.
Belo Horizonte, 07 novembro 2006
2 comentários:
" Imagino porque posso imaginar. Sonho porque posso sonhar."
Gostei deste texto poético.
Beijo.
E quem pode afirmar, que afinal tudo não passa de um sonho?
Gosto da sensibilidade que vibra neste espaço...
Abraço
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