Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

SERÁ QUE SOU?



SERÁ QUE SOU?

     A vida que tive, esta já não é mais comigo, já não está mais comigo. É brisa vinda de longe que passa e balança a lembrança, é só isso, não é mais que isso.

     O que acontece hoje é o que já não mais admite tanto fôlego, é já o que não mais permite tanto fascínio. O que então parece petrificar ondas em montanhas mudas como quem busca agasalhar o sol de noites frias e passadas pelo incontido seguir dos dias.

     Sei lá se isso é passado ou presente. Sei lá se isso é cura ou doença a encarnar no corpo da gente discurso que só o silencio sabe traduzir.

     Será que sou o que fui um dia?

Belo Horizonte, 19 setembro 2015

SENTIR

     Sou o tanto que não sou. É que eu gostaria de ser mais muito mais e por isso sempre tento fazer mais.

     A vida é fazer mais.

     As sensações mudam e por isso é que por vezes a vida apresenta-se tão simples e por outras tão complicada. E depois tem a disposição do entendimento que nem sempre apresenta-se acordado.

     Lá fora, a mistura do belo e do feio. Para distinguir isso não basta ver ouvir tocar saborear ou cheirar. Os sentidos por si só decifram pouco. É preciso sentir o sentido de cada sentido para que possamos, de fato, entender o que há em cada sensação assimilada pelos sentidos que trazemos  conosco.

Belo Horizonte, 15 setembro 2008

3 comentários:

Graça Pires disse...

"Não há nada mais imprevisível que o passado", disse um escritor. Por isso ele se nos apresenta tantas vezes, mesmo quando não o esperamos. Mas o futuro é hoje e está aí para ser vivido, amigo, da maneira que quisermos...
Um beijo.

Bell disse...

As coisas mudam, o que antes exercia fascínio hj pode não mais.

Um maravilhoso fds pra vcs =)

Laura Santos disse...

Olá Cadinho!
Depois de três meses de ausência, cá estou de volta!
Sem dúvida que não somos já muito do que fomos, mas também seremos
algo mais que nunca teríamos sido. Perdem-se umas capacidades, ganham-se outras,
no entanto o tempo que parece passar cada vez mais rapidamente, torna-nos mais contemplativos e serenos. e tanto temos de contemplar em relação ao nosso próprio passado.
Belos textos por aqui. Como sempre.
Bom fim de semana, Cadinho.
xx