DA LUA
DA LUA
O verso chama
No escuro
O que está além-muro
Na carta a dama.
Da espada um furo
Que clama
Pela maciez da cama
Presente sem futuro.
É gesto perdido
Em noite toda sua
Jogo enrustido.
No espaço flutua
Paredão comprido
Isso é coisa da lua.
Belo Horizonte, 21 fevereiro 2016
ESPELHO QUEBRADO
O espelho quebrou. Não quebrou todo, parte
dele continua intacta, mas a outra parte aparece toda trincada.
João da Barra observa o espelho e percebe
estar na parte intacta o presente a refletir imagens do agora. Na outra parte
facetas do tempo fracionado em imagens vindas de quando o espelho quebrou. São
formas distorcidas pelo passado que no presente não consegue nitidez
equivalente à obtida pelo agora.
No tempo, nada se faz tão nítido quanto o
agora. É o que então mostra o espelho na interpretação de João da Barra que
conversa com o Mário e Dona Celina, hóspedes da Pousada Recanto da Praia, do
mestre Cleber.
Belo Horizonte, 31
dezembro 2009
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