SEMPRE

SEMPRE

     As necessidades aparecem todos os dias e de maneira diversa. Estamos sempre precisando de alguma coisa e isso faz com que ativemos a busca em nós mesmos.

     Estamos sempre buscando algo que tanto pode ser simples quanto complicado, fácil ou difícil. Estamos sempre avaliando caminhos e possibilidades mai ou menos intrigantes.

     De repente eis que surge singular indagação: O que é que questionamos tanto?

Belo Horizonte, 02 junho 2016

SOBREVIVÊNCIA

     Hoje, longe do mar, sinto-me um peixe fora d’água. Sensação estranha de asfixia, de afogamento em sentido inverso. Não quero dizer com isso que consigo viver no fundo do mar, qual peixe, de jeito nenhum. Mas viver distante do mar passa a ser cada vez mais estranho pra mim.

     Pinto bonés com pensamento em São João da Barra – SJDB. João da Barra diz que ao invés de ter os bonés na cabeça, passei a ter a cabeça nos bonés, na pintura deles.

     Observo o peixe pescado, eu pescador de detalhes. João da Barra diz que mar alimenta o peixe que nos alimenta tal como faço quando alimento bonés com cores e formas tão disformes quanto as ondas que esbarram pelas praias de SJDB.

    Na arte pescador encontra peixe no mar tal como encontro pintura no boné. João da Barra lembra que assim é que encontramos meios de sobrevivência.

     Pescador navega e pesca pra viver, eu pinto e escrevo pra viver.

Belo Horizonte, 19 novembro 2010