Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

SEM LEI


SEM LEI
Cheiro de casa antiga
Só faz aguçar
Descanso de fadiga
Vinda para provocar
Memória meiga e amiga
Revolucionando esse vagar
Que na paz comigo briga
Nessa pressa tão devagar.
Busco do futuro recente
O que já nem sei
Capacitar dia contente
Conhecendo o que conhecerei
Mera hipótese desse presente
Fluindo sem rumo e sem lei.
Belo Horizonte, 15 novembro 2016
MARRECO
     Na beira do lago descansa o marreco num banho de sol a aquecer suas penas, seu corpo. Observo o marreco encolhido em seu próprio estar ali entregue a algum possível sonho, não sei do que é capaz de pensar um marreco. Sei sim que penso no quanto há de paz e beleza em uma ave simplesmente ali, alheia ao que poderá estar ou deixar de estar ao seu redor.
     Na mansidão do silencio que esbarra na beira do lago sinto haver em mim movimento semelhante ao que acontece com o marreco encolhido em seu próprio corpo. Assim é que nesse instante de recolhimento estendo o meu pensar ao mundo que busco encontrar à beira mar.

Belo Horizonte, 22 fevereiro 2012  

2 comentários:

Mar Arável disse...

Equilíbrio na assimetria

CÉU disse...

Nos sentimos, as coisas e pessoas, um pouco, sem lei, sim. Provavelmente o marreco não obedeceu à lei, e ficou, desse jeito (risos).

Tudo de bom!