SEM LEI
SEM LEI
Cheiro de casa antiga
Só faz aguçar
Descanso de fadiga
Vinda para provocar
Memória meiga e amiga
Revolucionando esse
vagar
Que na paz comigo
briga
Nessa pressa tão
devagar.
Busco do futuro
recente
O que já nem sei
Capacitar dia contente
Conhecendo o que
conhecerei
Mera hipótese desse
presente
Fluindo sem rumo e sem
lei.
Belo Horizonte, 15 novembro 2016
MARRECO
Na beira do lago descansa o
marreco num banho de sol a aquecer suas penas, seu corpo. Observo o marreco
encolhido em seu próprio estar ali entregue a algum possível sonho, não sei do
que é capaz de pensar um marreco. Sei sim que penso no quanto há de paz e
beleza em uma ave simplesmente ali, alheia ao que poderá estar ou deixar de
estar ao seu redor.
Na mansidão do silencio que
esbarra na beira do lago sinto haver em mim movimento semelhante ao que acontece
com o marreco encolhido em seu próprio corpo. Assim é que nesse instante de
recolhimento estendo o meu pensar ao mundo que busco encontrar à beira mar.
Belo Horizonte, 22 fevereiro
2012
2 comentários:
Equilíbrio na assimetria
Nos sentimos, as coisas e pessoas, um pouco, sem lei, sim. Provavelmente o marreco não obedeceu à lei, e ficou, desse jeito (risos).
Tudo de bom!
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