ÊXTASE
ÊXTASE
Decomponho
em desenhos imagens vindas de sonhos inquietantes.
Componho em
palavras o que é transpirado por sonhos a me puxarem para dentro desta
distância inexplicável. No desencontro das ideias a rebentação ruidosa do mar
que encosta seu dorso extenso na praia indefesa. Vento assustador no som em
ondas mais que auditivas.
Fúria de
amor vindo do infinito que diz ser o limite do horizonte pura e simples ilusão.
O mar na força que desafia a areia que trata de acolhe-lo em esfarelado carinho
não menos intenso. A beleza espumando desejo que puxa querendo a asfixia do
fôlego incontido.
No amor a
vida se entrega ao êxtase mais que profundo.
Belo Horizonte, 29
outubro 2017
A VELA E A PENA
Embriagado
pelo mar, navego. A vela do veleiro, a pena da caneta. E a sensação de estar
chegando.
Sinto-me
próximo das pequenas antilhas do Caribe. O vento soprando a vela do veleiro,
pensamento soprando a pena da caneta. E as palavras no rumo do mar do Caribe,
respirando o hálito vindo de alguma ilha trazida pela brisa.
Ondas no
mar do veleiro. Frases na pena da caneta. Água e terra no ar de algum fogo
aceso e cegado pela distância. Há um calor na distância. Há um desejo na ilha
ainda camuflada pelo mar. Há um veleiro rompendo a onda de cada onda, nessa
sólida contradição exposta a esse universo líquido.
O veleiro e
a ilha. O veleiro ilha. A ilha vento que traz o cheiro da terra. Mas o dia
anoitece, amanhecendo a lua.
Belo Horizonte, 17
março 2000
2 comentários:
Bom dia. Admirável inspiração poética. Um fascínio de leitura.
.
Votos de um domingo feliz.
Deixo um abraço
Ler para relaxar e eu gostei!!!
Boa semana
Postar um comentário