ESTILHAÇOS
ESTILHAÇOS
A realidade pintou o sonho que por sua
vez pintou a realidade numa mistura estranha, enigmática, intrigante.
Foi aí que pensei na tarde de ocupações a borbulharem pelo tempo que
afastou a chuva para que o dia não ficasse nublado.
Nuvens divididas permitindo azul ao céu sobre a montanha, bem pra lá de
onde a vista alcança.
Para saber mais dos acontecimentos a tecnologia com seus sinais sonoros
a atormentarem a paz do cão quieto em seu canto. Pensando bem, não há razão
para tanta aflição no coração que bate peito buscando suavizar pressão
desnecessária.
Na realidade a presença de muito sonho
anda à solta por aí.
Belo Horizonte, 28 novembro 2017
SILENCIO
VERDE
Uma névoa. Posso reconhece-la por sua transparência verde, cuja leveza
emana dança, livre de qualquer corpo. Insinuação de uma presença a não
reconhecer fronteira, a não limitar-se a nada. Sinal de um tempo desgarrado de
tudo.
Uma referência. Nascente disforme a flutuar por essa passagem verde a
permitir impressionante visão. Síntese de beleza indefinível. Posso
reconhece-la por sua imponência, cuja extensão é de uma simplicidade sem
palavras. Entrega entregue a esse silencio
verde.
Belo Horizonte, 01
janeiro 2000
2 comentários:
Gostei muito do seu texto "silêncio verde". De uma poética muito original.
Uma boa semana.
beijos.
E ainda bem que assim é:
"Na realidade a presença de muito sonho anda à solta por aí."
Boa semana
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