AGORA
AGORA
A sabedoria da música boa à noite flutua entre palavras levadas à lua e
ao mar. Sonho derramado na taça do amor tinto percorrido por suave
transparência de aroma paradisíaco.
Um dia no agora fugido do passado e sem pensar no depois porque o
instante traz consigo intensidade singular. Planos entornados no fazer
descontraído. Liberdade apresentada em sua mais simples versão e sem qualquer
inversão ou conversão para o que possa obstruí-la.
O que eu queria dizer é o que digo na suavidade de descontração
apresentada sem qualquer dificuldade porque é na simplicidade que o simples
surge sem qualquer complicação.
Um brinde ao amor solto no tempo e espaço de todas as coisas.
Belo Horizonte, 31 dezembro 2017
CHUVA TRANSPARENTE
Chuva de sugestões que vem de encontro ao meu corpo a senti-la, gota por
gota. Aperto o passo, aperta a chuva. Atravessamos juntos tempo e espaço de uma
transparência que anoitece. Ruas escuras denunciando à margem, janelas
iluminadas. Gente que passa desconhecendo o que passa por mim. Quanto mais
ando, maior a exigência da chuva a buscar meu fôlego que voa com o palpitar do
coração que, a propósito, não sei ser meu.
A chuva conhece meu pensamento único e tão silencioso quanto ela a
tocar-me com impressionante delicadeza. Tudo na transparência da noite que não
é só minha.
Belo Horizonte, 27
dezembro 2001
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