PREENCHIMENTOS
PREENCHIMENTOS
Aquela aquarela estava pronta. Não havia
mais o que fazer incluindo sensação de estar faltando algo. Mas o que sugere
ausência é exatamente o vazio do espaço a ser ocupado, como espécie de
provocação.
O que desejo é o que impulsiona o gesto para o que aparenta vaziez a ser
devidamente ocupada. Em meio a tantas passagens as possibilidades também
escancaram possíveis acessos. Vivemos indo de encontro ao que nos chama, ou nos
inquieta. São momentos que buscam nossa participação então remetida aos
preenchimentos que podem contar com nosso agir, ainda que no plano do abstrato.
Intenção de começar novo trabalho. Olho papel limpo e pronto para
acolher instante a ser ilustrado.
Há sempre um desenho à solta por aí.
Belo Horizonte, 11 dezembro 2017
ESPUMINHA
Verso
doido
Solto
no mundo
Perdido
no tempo
Encontrado
na vida.
Carícia
presente
Poesia
no vento
Barco
no mar
Vida
no tempo.
Se
a vida existe
Existirá
o tempo
Que
diz ser dela?
Maré
esquecida
Lembrança
doida
Vida
no mar.
Belo Horizonte, 25
abril 2001
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