LABIRINTOS

LABIRINTOS

     O caminho proposto pelas aquarelas que assino poderá sugerir labirintos intrigantes que na realidade buscam provocar nossa imaginação. Do imaginário o despertar da criatividade que estará desbravando possibilidades existentes em nós mesmos. Tudo isso feito para que exploremos de maneira pertinente nossas mais severas inquietações. Tudo isso presente em instantes realçados pelo que poderá trazer ou não colorido novo à nossa percepção então realçada pela presença constante de luzes e sombras existentes por aí.

Belo Horizonte, 13 fevereiro 2018

ROTA DO VAZIO

     A necessidade de ser deixou de ser necessidade. A vontade de ser foi deixando de ser vontade, para ser só o que tinha mesmo que ser. Espécie de desânimo, preguiça ou desalento que veio neutralizando estímulos. E os dias e as noites foram passando por passar. De novo, nenhuma novidade digna de destaque. Sonhos paralisados pelo imponderável. Tudo estranho ao averiguar da mais tênue pretensão.

     E a vida, como espécie de teimosia, seguindo seu caminho. Das longas noites, nada que pudesse despertar o ânimo de algum pensamento. E mesmo sob encanto de ser Cavaleiro da Meia-Noite, a distância veio como trava a reter passos e propósitos. Todas as direções confundidas por único fim a significar nada. A rota do vazio é mesmo enlouquecedora.

Belo Horizonte, 26 fevereiro 2003