DEFESA

DEFESA

      Na bandidcoracia defender bandido chega a ser questão de honra. Lógico que estando o bandido sem identificar-se como tal.

      Na bandidocracia sempre aparecem recursos para manter o bandido livre para que ele possa incrementar campanhas em favor da bandidagem. Na impossibilidade de agir assim eis que surgem reações a insultarem aqueles que não querem a bandidagem instalada em suas regiões. Mas o bandido insiste, até por estar ele respaldado pelos mecanismos montados pela bandidocracia para que tudo aconteça dentro de toda legalidade bandidocrata.

Belo Horizonte, 29 março 2018

SONHO DAS CONCHINHAS

     Ao banhar o corpo, a oportunidade para limpar o espirito. É noite transpirada pelo calor verão. Da água, a transparência do imaginário em pleno exercício. Espécie de ritual para o sono que daqui a pouco irá adormecer o corpo banhado por tanto propósito. Mas o imaginado não alcança o sonho.

     Distante e próximo da Estrada Real o ser transita por viagens transparentes. Um ser que parece não conseguir enxergar a realidade de seus próprios sonhos. E próximo desta constatação, tudo parece tornar-se distante.

     Corpo renovado pelo banho entregue ao estar adormecido. Da noite a luz que vem de outro sonho que não é aquele semeado na Estrada Real.

     Em busca de algum descanso a madrinha Lu vai ao encontro do Espirito Santo querendo ver o mar da praia e dos momentos alheios marcados por suas constantes passagens pela Estrada Real. Ela então passeia à margem do mar, observando aquelas conchinhas habitadas em meus sonhos.

Grussay, 16 janeiro 2004