ASSINADO
ASSINADO
As maçãs não estavam boas, mas o abacaxi estava tentador. As laranjas
com aquele jeitinho de estar ali para servir sem qualquer embaraço.
Era preciso comprar lâmpadas porque, de repente, eis que surgiram
algumas queimadas. Outras estavam bem, mas com mau contato. Há uma singular
satisfação na troca de lâmpadas tirando ambientes do escuro. A luz é sempre
oportuna e quando termino uma aquarela eis que busco dela, da luz, reação ao
que está feito.
O dia ensolarado pede pedaladas para que a bicicleta Jorgina siga seu
rumo buscando vento onde não tem. Enquanto isso penso no que darei às palavras
como texto que quero assinar.
Belo
Horizonte, 10 abril 2018
OUTRA
DIMENSÃO
Mentiu porque tinha que mentir. Palavra não alcançou a verdade e jeito
foi mentir.
Mentiu e continuou mentindo. Palavra não achou rumo da verdade e jeito
foi mentir.
Mentiu porque antes a mentira já havia se instalado em seus próprios
pensamentos. Todo pensar e agir, na ilusão de sincera postura, não percebeu a
entrega transformada em domínio da mentira. E foi assim com o suceder de tudo.
Na certeza da ilusão, exposta ao mais solene desmoronamento, mentira prometia
estabilidade e segurança. Usou e abusou dos termos, sem poupar nada. Tudo feito
à revelia de uma confiança tão ausente quanto almejada. Mas como querer a
confiança da desconfiança? Ou bem confia, ou bem desconfia.
Mentiu por acreditar na descrença. Até que estalo despertou raciocínio
no pensamento. Naquele instante, mentira parecia adormecida após usufruir de
tão farta inocência.
Arrependimento e remorso na inquietação contida por tão surpreendente
evidência. O resgate da verdade fez-se necessário, mais que necessário.
Somos o que somos Taís. E quando percebemos isso, conseguimos despertar
a mentira para a verdade capaz de elevar o nosso ser a outra dimensão.
Seremos verdade Taís?
Belo
Horizonte, 03 abril 2004
2 comentários:
Passando a fim de deixar um beijinho e cumprimentos blogueiros.
Mentir é bem feio!
E não deveria ser necessário!
bj
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