DESPREGADO

DESPREGADO

É manhã manhosa

Frio com jeito de aconchego

Bocejo expressão carinhosa

Espera que eu chego.

No jardim presença rosa

Assim é que entrego

Carinho em forma de prosa

Pra quê martelo se não tem prego?

Solto em mundo acordado

Sonhos em liberdade

Neste vagar silencioso

Por espécie de saudade

Buscando sentido animado

Por esse amor sem idade.

Belo Horizonte, 17 maio 2018

FUGAS E ENFRENTAMENTOS

Descemos para subir

Subimos para descer.

Saímos para chegar

Chegamos para sair.

Ouvimos para falar

Falamos para ouvir.

Buscamos para encontrar

Encontramos para buscar.

Criamos e somos criados

Para que tudo

Não seja nada.

Inundamos vazios

Enfrentamos e fugimos

De nossas fugas e enfrentamentos.

Belo Horizonte, 29 dezembro 2004