CARINHO DAS ROSAS

Escrevo para que do fazer o viver encontre palavras.
Agradeço àquela que foi a primeira a adquirir camisetas que pinto e levou-a para a Iglaterra, Milton Keines, depois que busca-la em Santos.

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CARINHO DAS ROSAS

Busco rosa em botão e coloco-a erguida em caule de aparência seca, na água. Tempo passa de dia para outro até florescer a rosa em pétalas delicadas. Não há cor de preferência. Antes que termine encanto de sua exuberância, vou lá e busco outra rosa em botão, cor que tiver. Repito procedimento para que floresça no hoje amanhã do tempo.
Em meu viver a presença de uma ou mais rosas que florescem e desaparecem com o passar dos dias. Por esse agir dilacero motivo razão qualquer para fazer isso. É presença de carinho que colho de mim mesmo, para aliviar um pouco tamanho vigor imposto por esse mundo que cada vez mais entendo menos.

Belo Horizonte, 12 abril 2008

MORRO DO CAMPINHO

No topo do Morro do Campinho existe um lote. Mato seco à beira da estrada de terra que contorna a tal área. Do outro lado da estrada, na condição de vizinha, árvore de singular exuberância, farta de galhos, alegria de passarinhada que parece fazer de seus vôos brinquedo.
No topo do Morro do Campinho, paz celestial. Lá embaixo, imagem da igreja sugerindo graciosa prece que flui pelo espaço livre de tudo.
No topo do Morro do Campinho, liberdade é brisa que vai e vem, faça frio ou faça sol. E no lote do topo do Morro do Campinho, sonho constrói casa que no tempo hoje tem arquitetura do vazio.

Belo Horizonte, 22 agosto 2003