FERIDA ABERTA

Sabe de uma coisa? No fundo sou feliz por conseguir conviver com toda intensidade da minha angustia.

Nas Dicas ao lado é só clicar em camisetas personalizadas e conhecerão as camisetas que pinto.

FERIDA ABERTA

Vinte e dois de maio, dia de Santa Rita de Cássia e do nascimento do meu pai que já não vive faz tempo. Meu humor atrapalhado porque quero ir embora para beira do mar e já que abri atenção, aí sim é que a todo instante sou estimulado a pensar assim. Mas aí vem também a necessidade de vender as camisetas que pinto, minha vida alvo de pressão insustentável. Pressão ou depressão? Sei lá. Até porque estou sem a menor paciência para tais especulações.

Chego em casa ainda bem porque vagar por aí também está chatíssimo. Agora sim é que percebo quanta intransigência há por aí. Não sei como fui tão solícito. Humor todo estragado em mim. Quero isso mais não, de jeito nenhum.

Chego em casa ainda bem. Quero ir embora para o mar. Mas antes preciso vender camisetas que pinto. Hoje é dia de Santa Rita. Bem na testa do meu coração, ferida aberta.

Belo Horizonte, 22 maio 2008

OUTRA VOZ

A voz era outra. Mas o número também era outro. O telefonema, não era o mesmo.

A surpresa, incomparável. Eu jamais poderia imaginar aquela aparição telefônica, naquele dia. A manhã não havia desaparecido por completo, nem a tarde definitivamente surgido. Em meio à rotina, a surpresa.

Sem entender, imaginei outra intenção. Depois do telefonema, outros rumos foram assumidos pelo raciocínio. Havia outra maneira para a conclusão do que havia ocorrido. Sempre há uma outra trajetória para o imaginário. Do contrário, o que seria da ilusão?

Belo Horizonte, 31 julho 1998