PRA LÁ DE PERIGOSO

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PRA LÁ DE PERIGOSO

Não quero abrir assunto de telefonema que recebi e nem tão pouco abrir permissão para o que parece assumir norma de comportamento por aí. Fato é que vivo momentos em que deparo com atitudes de arrepiar. São procedimentos desgarrados do respeito mínimo que entendo necessário a todo e qualquer convívio humano. Ouço desabafos em que percebo atitudes grossas sem a menor percepção do que entendo necessário a todo e qualquer convívio humano. E faço-me repetitivo sim, porque quero e preciso cunhar isto muito bem cunhado, antes em mim mesmo.

Quero ir embora daqui para a beira do mar, mas não é por isso que sinto-me tocado pelo quanto vejo de tão vergonhoso ao meu redor. Insisto na conclusão de que estou em um lugar falido, ainda que pesquisas e estudos mostrem o contrário. Isto porque a impertinência parece crescer de maneira assustadora a cada dia que passa. Com ela, a miséria torna-se estimulada a, por sua vez, desencadear o egoísmo gerador de conflitos descritos pela violência que arrebata lugares inteiros num retrocesso pra lá de perigoso.

Belo Horizonte, 21 maio 2008

MODA FRANCESA

A notícia veio de Paris. As parisienses passaram a usar um lenço de seda no pescoço com curiosa mensagem: “não agüento mais ouvir falar de futebol”.

Imagine a situação das brasileiras cujos maridos, noivos, namorados, amantes, companheiros ou amigos, assumem a condição de aficionados torcedores do futebol. Se a moda pega no Brasil, o lenço poderá servir inclusive para enxugar a lágrima do choro vindo do penta que não veio.

Mas, tudo passa. E no Brasil, lenços, bandeiras, papeis e tantos outros materiais, passarão rapidinho a servir para as campanhas políticas. Afinal, estamos em ano eleitoral.

Belo Horizonte, 17 julho 1998