PROVOCAÇÃO DO MAR
É sempre assim, só que agora já não quero que continue sempre assim
PROVOCAÇÃO DO MAR
Eu já sabia, não tinha certeza, mas sabia que hoje estaria aqui de volta, distante e entorpecido por imposição desta realidade que é a minha eu em total desajuste. Não tenho como nem quero mais negar a pura e simples imposição dos acontecimentos. Sinto-me sim completamente estranho a este lugar, que é o da minha origem sim, mas sou cheio de contradição sim e já não nego e nem quero negar isso. Acordo assim contrariado por não estar no sonho que leva-me pelo fluxo de maré tão acentuada como a que observo em Cumuruxatiba.
Pudesse não voltaria. Lá também não ficaria. Navegaria para não sei onde. Mas sei sim. Saudade da mulher amada porque o mar provoca amor em mim.
Belo Horizonte, 05 maio 2008
ABSTENÇÃO
Abstenção, abstinência, ato de privação voluntária. Mas e quando não queremos ser privados, como escapar da abstinência? O melhor caminho, será mesmo o de evitar a abstenção.
Da crueldade do instante, o engano que salta em golpe fatal. Aí, o anúncio da abstenção de quem não quis a abstinência. O que parecia impossível, apareceu com toda intensidade.
Dos enganos, os desenganos. Se existe o momento do cochilo, o momento do despertar também existe. O ato falho diante do espanto. O desespero do não esperado.
O equívoco poderá estar exatamente na mais nobre discussão da certeza.
Belo Horizonte, 09 maio 1998
2 comentários:
Parabéns pelo seu romantismo.
Hoje está muito difícil de se vê.
Beijinhosssssss
Muito lindo o texto!
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