O QUE QUEREMOS?
Tem muita confusão esparramada por aí
O QUE QUEREMOS?
O QUE QUEREMOS?
Para não dizer que meus amigos sumiram digo que tenho muitos amigos e de certa maneira não minto. Isto porque sou amigo por ser essa minha natureza, sem, no entanto, ser conivente com quem não se apresenta em recíproca. Aí fico quieto no meu canto e por aí posso até ser visto como sujeito de poucos amigos.
Numa outra dinâmica, o que ouço de gente que diz gostar de mim não está escrito. Acredito em cada uma dessas manifestações e ofereço recíproca nem tanto pelo que ouço, mas por saber que gosto de gostar.
Ao viver assim, percebo que evito transtornos fáceis de serem percebidos em conversas desabafos que surgem a todo instante em todos os lugares.
Suponho que tais conflitos surgem por dois motivos básicos. Um é a confusão criada pela expectativa. Aquela velha situação da barganha afetiva. O que para mim não tem o menor sentido, posto não ser o gostar produto que se adquire por aí. E o outro motivo está é num processo de intolerância que cresce de maneira assustadora, sobretudo em pessoas mais novas. O que é uma beleza para a discórdia. Por isso é que entendo vivermos momento singular, em que pelo excesso de tantas opções passamos a ficar mais comprometidos com o que de fato quer o nosso querer.
Numa outra dinâmica, o que ouço de gente que diz gostar de mim não está escrito. Acredito em cada uma dessas manifestações e ofereço recíproca nem tanto pelo que ouço, mas por saber que gosto de gostar.
Ao viver assim, percebo que evito transtornos fáceis de serem percebidos em conversas desabafos que surgem a todo instante em todos os lugares.
Suponho que tais conflitos surgem por dois motivos básicos. Um é a confusão criada pela expectativa. Aquela velha situação da barganha afetiva. O que para mim não tem o menor sentido, posto não ser o gostar produto que se adquire por aí. E o outro motivo está é num processo de intolerância que cresce de maneira assustadora, sobretudo em pessoas mais novas. O que é uma beleza para a discórdia. Por isso é que entendo vivermos momento singular, em que pelo excesso de tantas opções passamos a ficar mais comprometidos com o que de fato quer o nosso querer.
Belo Horizonte, 17 novembro 2008
DO ÔNIBUS
Fazia tempo que eu não andava de ônibus.
Embarquei na avenida Bias Fortes para ir ao bairro Santo André. Ônibus tomou direção do centro da cidade. Rua São Paulo, avenida Amazonas e rua Tupis para alcançar o viaduto Castelo Branco. Na avenida Pedro II ela apareceu. Loira, cabelos lisos, nem alta nem baixa, óculos escuros. Sentou-se ao meu lado. Antes, com voz suave e alguma timidez, pediu-me licença. Do perfil, traços graciosos. O nariz, uma gracinha. Os óculos escondiam os olhos, da tarde ensolarada. Fazia calor. Seu corpo, gracioso. Ônibus seguindo seu caminho. Ela tão quieta quanto eu. Na rua Capitólio, ônibus subiu. Perguntei-a qualquer coisa. Da resposta, delicadeza.
Desci na rua Mariana, tropeçando em meu raciocínio. Não perguntei nome dela, que seguiu passageira daquele ônibus.
Embarquei na avenida Bias Fortes para ir ao bairro Santo André. Ônibus tomou direção do centro da cidade. Rua São Paulo, avenida Amazonas e rua Tupis para alcançar o viaduto Castelo Branco. Na avenida Pedro II ela apareceu. Loira, cabelos lisos, nem alta nem baixa, óculos escuros. Sentou-se ao meu lado. Antes, com voz suave e alguma timidez, pediu-me licença. Do perfil, traços graciosos. O nariz, uma gracinha. Os óculos escondiam os olhos, da tarde ensolarada. Fazia calor. Seu corpo, gracioso. Ônibus seguindo seu caminho. Ela tão quieta quanto eu. Na rua Capitólio, ônibus subiu. Perguntei-a qualquer coisa. Da resposta, delicadeza.
Desci na rua Mariana, tropeçando em meu raciocínio. Não perguntei nome dela, que seguiu passageira daquele ônibus.
Belo Horizonte, 07 março 2002
22 comentários:
Oi Cadinho !
Pois é, essas confusões fazem parte da vida né ?
Passei aqui para deixar uma beijoca.
Lys
Uma boa semana para ti!
Cadinho, enviei um e-mail a respeito das camisetas e ainda não recebi resposta, tá? Beijocas
Na verdade a gente nunca sabe o que quer né?
bjao
Fiz a viagem com vc.Que saudade!!!
Faz parte,não é??
Abraços e uma otima semana!
Cadinho,
Qual é o nome dessa figura de retórica que você usa e abusa?
Um conhecimento passageiro,
Uma passageira do ônibus.
Abraços,
Odette
VIm apreciar sua postagem e me deparo com um assunto que tenho refletido muito... as pessoas, nossas querências, e o tempo.
Curto para tantos sonhos a realizar...
Um abraço carinhoso e uma semana especial para vc!
Parece fácil responder à primeira pergunta... O que queremos... Mas eu de fato não sei.
E sobre o ônibus, eles sempre me rendem ou me inspiram boas histórias...
beijos e borboleteios querido!
Cadinho Roco
Apreciei ambos os texto, são bons como é obvio. No entanto fixei-me mais no primeiro por encerrar um comentário muito oportuno, nos tempos que correm, talvez devido ás novas tecnologias. Os mais novos,
Porque nascem já elas, julgam-se sabedores de tudo. Quando na verdade, quem sabe tudo somos nós todos.
um abraço,
Daniel
Mais uma bela postagem!!!ótima!!
Parabéns!!
Hola!!! Gracias por tu visita... bienvenido cuando quieras pasear por las constelaciones y quedarte por un momento en mi noche..
Un abrazo ;)
só uma retificação Cadinho, o niver da Luma é hj dia 17 e não ontem dia 16 como havia notificado anteriormente.
Big Beijos
É , eu tropeço todo dia no meu raciocínio.
Você está bem?
Bela postagem!
Desejo a você uma boa semana.
Apareça por lá. beijos
Cadinho roco, peço desculpa por nunca mais te ter comentado, desculpa mesmo mas, mesmo!
Olha, poucos amigos? porquê? Não me parece nada, apenas o acho bastante conciso naquilo que escreve.O que tb é bastante necessário. Daqui, dou toda a força! Como vocês dizem por aí, Show de bola, hein!
Olha amigo, obrigada pela visita.
Caro amogo, belo texto...Espectacular...
Um abraço
Que confusão!
Tudo isso faz parte do nosso cotidiano. É só deixar o barco passar, e nem estar aí com tudo isso.
Beijinhos de luz!
Oi Roco,
Excelentes textos, bem elaborados.
O primeiro: O que queremos? é a constatação dessa realidade, às vezes virtual.
O segundo me fez voltar no tempo em que estive por BH e tomava o ônibus do aeroporto da Pampulha para o centro; só não me lembro dos nomes das ruas. Mas, de algumas louras, morenas, ruivas e mulatas me lembro bem.rs
Parabéns!
Um abraço!!!
Olá,Cadinho!Tenho visitado seu blog sem me apresentar...Acontece que por tanto gostar do que leio virei sócia de carteirinha,você está nos meus blogs preferidos.
Não é que tem razão:a gente tem é que perguntar aos nossos "quereres" o que é necessário para eles e deixar o vida rolar.
Gostaria de ver este ônibus pois a crônica é uma delícia,um abraço,Sonia Regina.
Você me faz pensar, amigos eu conto nos dedos de minhas mãos e sobram espaços.
Quanto a situação do ônibus rss, eu tenho a certeza que já aconteceu com todos nós pelo menos uma vez na vida. Abraço e no Jota também, gostei dele.
O QUE QUEREMOS:Já dizia minha mãe "boa romaria faz quem em sua casa fica em em paz",nessa época de 'barganha afetiva'e 'intolerância' como você bem diz. DO ÔNIBUS:Bem que você queria seguir mas tropeçou na rua Mariana,mas o cheirinho do perfume desceu junto,não? Um abaço,Armando-fetichedecinefilo.blogspot.com(posto também em www.lygiaprudente.blogspot.com)
"Um é a confusão criada pela expectativa"
Muito boa essa frase, e concordo com ela. Tenho observado que sempre que há algum mal entendido, existia uma expectativa por trás não correspondida, não atendida. Daí vem as frustrações, as cobranças, o esperar....
gostei muito. bjs
Postar um comentário