Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

OLHA AÍ

Duas observações:
Bill esteve comigo e mostrei-lhe a pintura que fiz na parede em minha casa. A pintura ocupa área de 2.20m de comprimento por metro e meio de altura.
O Texto Saninha é colhido dos Folhetos Cadinho RoCo que em 2003 criou a primeira publicação periódica e específica da Estrada Real, que contou com 20 exemplares. Esta iniciativa, infelizmente, não sensibilizou o empresariado mineiro, incluindo o Instituto Estrada Real, mantido pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), e que por falta de patrocínio foi paralisada. Esta série conta com textos envolvendo personagens e episódios preservados pela cultura popular e do desconhecimento do grande público. Trata-se de um trabalho que pode ser retomado a qualquer momento, desde que devidamente reconhecido.

OLHA AÍ
Olho para o nada penso na vida sem saber no que pensar neste instante que caminho transito pela rua com algum movimento. Sigo sei pra onde e o que fazer e faço. E volto por outro pensamento.
Camisetas pintadas e descansadas no silencio da prateleira repleta de expectativa. Preciso vender as camisetas sei que preciso, mas também preciso de estar na vida do pensar solto na vida solta e exposta a um pincel, a uma caneta, a um monte de palavras lidas e escritas.
Pra quê pensar tanto?
Pronto agora sim é que penso pensar demais no nada que é tudo que não existe. Mas existo sei que existo e tenho como testemunhas pincéis, canetas, palavras lidas de livros diversos e pinturas estampadas em camisetas e naquela parede que deixou Bill surpreso, sim porque da foto imaginava ser aquilo menor.
Será que penso ser maior o que nem é tão grande assim?
Belo Horizonte, 03 fevereiro 2009
SANINHA
Saninha de Mariano viveu mais de cem anos, foi escrava alforriada pela Lei Áurea e está presente na memória da Estrada Real. Foi tropeira que comprava em Santa Bárbara produtos que comercializava na região. Com sua força e disposição, carregava e descarregava 24 sacos de 60 quilos cada, para sustento de sua liberdade. E quando corpo sentia, remédio era medicina popular fazendo uso das plantas. Para gripe, maria-preta e grelo de assa-peixe. Para males diversos, hortelã esfregado na água.
Saninha bateu enxada, cuidou de criação no pasto e para alimentar os homens da roça fazia angu doce com rapadura ou garapa, que era servido às duas horas da tarde.
Há quem diga que Saninha ainda era capaz de transportar da fazenda para a cidade, 60 litros de cachaça em uma pipa que carregava na cabeça e a pé. Tudo para bem servir o freguês.
Saninha foi casada com Mariano, que depois de acidente com um burro ficou dependente dela, cujo suor deixado na Estrada Real é de inesquecível e respeitável dignidade.
Belo Horizonte, 24 setembro 2003

39 comentários:

Anônimo disse...

boa noite
beijinhos

Ava disse...

Cadinho, li e me perco, as vezes, na profusão de sentimentos que jogas em teus textos...
Quando nem mesma eu sei o que falar, o melhor é calar!


Beijos

Pedro Ivo disse...

É tão triste saber que o esforço de pessoas, não são tão reconhecidos e respeitados. Assim como a arte em nosso país.

Obrigado pela adoravel visita em meu blog, volte sempre.

Thiago disse...

Cadinho, fiquei confuso com esse =/

Daniel Savio disse...

Interessante, pois pelo o que li dos personagens da "Estrada Real", pensei que eram uma espécie de contos teus e não personagens reais...

Fique com Deus, menino Cadinho.
Um abraço.

Anônimo disse...

E por falta de patrocínio a História vai se perdendo. Gostei de saber de Saninha, nunca tinha ouvido falar! Me desculpe a ignorância. Cadinho é agradecer por existir essa iniciativa e que apareça alguém que saiba valorizar as raízes da nossa cultura. Boa semana!! Beijus

_E se eu fosse puta...Tu lias?_ disse...

Sarava!!!

O reconhecimento tem muito que se lhe diga (ou que se lhe pague)!

Tem razão... para quem pensar tanto??!


beijos

FERNANDA-ASTROFLAX disse...

QUERIDO CADINHO, LINDAS AS TUAS PALAVRAS, MAS A VIDA NÃO ESTÁ FÁCIL PARA NINGUÉM... TUDO ESTÁ ECONOMICAMENTE DÍFICIL MESMO A NÍVEL MUNDIAL... ESPERO QUE VÁS VENDENDO AS TUAS CAMISETAS... UM GRANDE ABRAÇO DE CARINHO E TERNURA,
FERNANDINHA

Garota Tatuada disse...

adoroooo
teus textos cadinho
:P

bjinhos docinhos

Camila disse...

Cadinho, penso que quase ninguem sabe o seu tamanho real... geralmente nos imaginamos menores.

Sair, caminhar e pensar é bom demais pra alma e mente.

Belos textos.

Beijo e boas vendas

anderson.head disse...

e aí Cadinho, tudo bem?

então, não sei até quando precisamos pensar para fazer algo. De repente para que a coisa saia direito? mas o reconhecimento, citado, que não vem? valeu a pena pensar?

ou é melhor saber que fez a coisa certa? independentedo que virá de retorno? muitas perguntas, muitas certezas...

mas, de o tempo o poder de resposta.

abraço.

Ƭ. disse...

existe prazer maior que este?

fazer o que se ama,
com paixão
e dele
ganhar seu pão!

bom dia, querido

>)

Zeze disse...

Oi
Passei para ver as novidades!

Um Abraço

Ava disse...

rsrsrs...

Provante e instigante... Ou tudo é a mesma coisa...rs

Um beijo avassalador!

Sammyra Santana disse...

Ei, adorei a história da Saninha!
Não a conhecia e sou feliz por vc ter "nos apresentado"!
Beijo

Ava disse...

Ainda tentando digerir vc...
Isso é golpe baixo! rsrs
Vc luta com um rifle, eu luto com um bodoque...rs

Um cheiro!

Nilson Barcelli disse...

Gostei do que li, mas a história da Saninha entrou-me no ouvido.
Abraço.

jorge esteves disse...

Obrigado pela visita que, na intenção de a retribuir, acabei por encontrar um local muito interessante, esteticamente agradável, tematicamente apetecível.
Parabéns!

abraço!

Diego Pescosim disse...

Primeiramente gostaria de agradecer a visita a meu blog, retorne sempre a casa. Com relação a seu post, desculpe mesmo se sou meio ignorante relacionado a arte tanto escrita quanto pintadas, mais não entendi muito não.kkkk. foi malz.

Marcella Leal disse...

Me perdi, gostei, refleiti e não entendi muito bem... mas, é eu que tô devagar hoje mesmo.

Cris Animal disse...

Que coisa mais linda. Que texto lindo. Que pensar lindo. Uma caneta, um pincel, um intrumento musical...podemmesmo eternizar e dizer: sim, eu existo.
Lindo.Apaixonante.
beijo
...........Cris Animal

Anônimo disse...

Oi
Queria avisar que tens um selinho para ti =D no meu diário post do dia 3. Copia-o =)
Beijos grandes e uma boa semana:*
Volto em breve =D

Anônimo disse...

Você é o que escreve, então meu caro amigo vc deve ser maravilhoso. beijos

"Atre" disse...

como bem disse a Avassaladora lá em cima
"Cadinho, li e me perco, as vezes, na profusão de sentimentos que jogas em teus textos..."

Eu confesso que não sei bem o que é essa ESTRADA REAL...mas fico pensando em quantas "Saninhas" nesse mundão real cabe.

A maioria liberta só em sonhos, pois tem a vida presa a tantas responsabilidades...

Abraços...sempre uma reflexão te ler.

Marcela disse...

Me perdi em meio à seus sentimentos todos juntos..
baci :*

Anônimo disse...

Oláá desculpa a demora pra responder o comentario...mais andei sem tempo na realidade ando sem tempo...sabe como é neh , volta as aulas , terceiro ano , vestibular...nooooossa e mt coisa
hahahaha Adorei o blog e estarei sempre aqui tenha certeza ! Beijao

Glenda disse...

é mesmo, todos nós temos, e acho legal falar, pq as pessoas lembram das suas e se identifiacam com as do outro.

Sabrina Sancler disse...

lindo esse texto *-*
obrigada por visitar meu blog há um tempinho atrás...

bjuss

Anna Clara disse...

As vezes, me cansa o lirismo.

Obgda pela visita.

anjobaldio disse...

Obrigado por tua visita. Grande abraço.

Fernando Santos (Chana) disse...

Caro amigo...bela história...Espectacular...
Um abraço

Pelos caminhos da vida. disse...

O selo da "Proximidade" esta esperando vc la.

beijooo

Ava disse...

Se vc não aparece sinto falta...
E venho aqui te ver...rs
E te ler...
E ficar passeando por sua "casa"...rs



Bjs

Rose disse...

Querido amigo, tenho que refletir sobre suas palavras, ok?
Coisas boas são assim:Nunca se entregam na primeira tentativa...rsrsrsrssrsr.
Bjs.

xistosa, josé torres disse...

Como só comento o que consigo ler, desde o início até ao fim.
Não necessito de estar a par de todas as vidas ... "vejo-as" na escrita, ajoujada ao peso do outrora.
Ou de agora, como essa pintura mural.
A vida sempre foi madrasta.
Mas só para quem não se pode defender, tal como a Saninha.

(isto é uma brincadeira)

Posso abrir uma filial, (não sei se será a palavra certa no Brasil.
Uma loja para revenda das camisetas.
Não há dinheiro, mas o meu governo que tomou conta das dívidas dos bancos - QUE FRAUDULENTAMENTE FALIRAM - deve cobrir a minha.
Nem que tenha que arranjar uma conta num paraíso fiscal ...

Serena Flor disse...

Cadinho...você arrebenta meu amigo!
É sempre muito bom vir aqui ler teus textos maravilhosos meu querido!
Gostei da Saninha! Beijos e uma boa noite meu lindo!

Gerly disse...

Cadinho, sobre o trecho lá no blog, não é que haja necessidade de julgamento, nem de nós nem do outro, mas se há uma inquietação para julgar, que cada um olhe para si e julgue a si mesmo. Acho q era essa a moral da palavra do rei neste trecho do livro. Pelo menos essa foi minha interpretação, por isso eu quis compartilhá-la lá, ok?

Beijokas!

:o)

Anônimo disse...

Belo!!!E sempre bom passar por aqui!

Segunda impressão disse...

Eu penso muitooooo!!! Penso umas 1000 vezes antes de fazer cada coisa. Rsrs.
Mulher de garra essa Saninha! Olha aí!
Abraço.