PRIMEIRA PAREDE
A primeira pintura que fiz em uma parede está em foto na coluna ao lado. A foto foi a que consegui tirar porque eu tive muito pouco espaço para posicionar a câmera para pegar a imagem inteira.
PRIMEIRA PAREDE
PRIMEIRA PAREDE
Eu precisava de uma parede porque o convite veio e com ele o desafio.
Pintar em uma parede. Fui ao apartamento e vi o espaço parede que será pintada para depois receber pintura criada por mim.
Nunca havia pintado em uma parede antes. Até ontem diria que nunca pintei em uma parede. Hoje digo que já pintei sim, em uma parede.
Foi a primeira vez porque sempre tem uma primeira vez. A sensação? Deliciosa. Sempre a mesma conversa. No início, nervoso. Eu precisava de um instante. Olhei para ela como nunca havia olhado antes. Cheguei mais perto, senti sua presença, toquei-a com minhas mãos. Alisei-a num vôo de carinho leve, gostoso, envolvente. Ganhei intimidade, passei a mão nela toda. Sua textura em meu toque, provocação só nossa. E assim foi.
Tratei de possuí-la num ímpeto só. Dor e prazer em contornos profundos.
Quando dei por mim, a pintura fez-se presente.
Pintar em uma parede. Fui ao apartamento e vi o espaço parede que será pintada para depois receber pintura criada por mim.
Nunca havia pintado em uma parede antes. Até ontem diria que nunca pintei em uma parede. Hoje digo que já pintei sim, em uma parede.
Foi a primeira vez porque sempre tem uma primeira vez. A sensação? Deliciosa. Sempre a mesma conversa. No início, nervoso. Eu precisava de um instante. Olhei para ela como nunca havia olhado antes. Cheguei mais perto, senti sua presença, toquei-a com minhas mãos. Alisei-a num vôo de carinho leve, gostoso, envolvente. Ganhei intimidade, passei a mão nela toda. Sua textura em meu toque, provocação só nossa. E assim foi.
Tratei de possuí-la num ímpeto só. Dor e prazer em contornos profundos.
Quando dei por mim, a pintura fez-se presente.
Belo Horizonte, 01 fevereiro 2009
FEITO SAUDADE
Tem saudade no telefone
E no cigarrinho de palha também.
Tem saudade nessa tola espera
E na conversa com ninguém também.
Tem saudade na inocência do caminho
E no amanhecer que clareia o dia também.
Tem saudade no calor vindo da aguardente
E na viagem que só passa pelo sonho também.
Tem saudade espalhada por toda direção
Impregnada no mais sutil dos sentidos
E por essa displicência exposta à luz do dia.
Para completar, tem saudade de sobra
Vagando por cada pedaço instante desse viver
Que quer transforma-la em felicidade.
Belo Horizonte, 08 setembro 2003
31 comentários:
É interessante esse encontro com a parede...lindos versos
Abraço
Você chama isso de pintura, uai? Acabou com a parede, maluco!!
passei para ter deixar um bjs e dizer que gostei de ter passado aqui
bjs naty
Cadinho
Ao ler parecia que lia um encontro de amor, com muito carinho, sublime encontro, uma pintura do corpo da amada.
Ontem tinha observado a pintura e não tinha entendido onde tinha sido.
Gosto desse caminhos sem fim, onde quem fala e impulsiona é o sentir.
abraços
Cadinho;
Primeiro a descrição da Arte como ela deve ser: uma Amante, uma Paixão, um Amor, um Prazer.
Depois o poema falando sobre saudade.
Sentimento bonito para descrever, rimar e escrever mas doloridinho de sentir...
Beijos mil e bom domingo!!!
Competição dificil..
Dois textos...
Duas belezas!
Sobre a parede, vc é um artista, claro que ficou lindo!
Agora, essa frase, "Tratei de possuí-la num ímpeto só. Dor e prazer em contornos profundos.", essa está arrepiante...
Se uma parede te inspira assim...
Uau!
Gostei da sua sensibilidade!
Como vc se entrega, como se impregna do que faz!
Bom isso...
Agora, quanto a saudade, ah, essa danada...
Ontem remexendo en uns disco de vinil, fiz uma viagem ao passado...
Ainda bem que foi só saudades boas!
Um beijo...
E a primeira a gente nunca esquece hehehe!!!
Abraço!
Um ótimo fim de semana Cadinho.
Maurizio
Belissima pintura!
http://desabafos-solitarios.blogspot.com/
A primeira parede a gente nunca esquece!
Beijos
bom dia!
mas vc tem disso, como todo artista....
faz da arte sua vida e
da vida
a arte de viver e conviver
permitindo-nos compartilhar
reviver
bom domingo!
:)
Grato pela visita ao Balaio, meu caro. Com o tempo aprendemos a entender melhor os possíveis significados da vida e da arte. E da literatura do excepcional Guimarães Rosa. Ou da poesia encantatória de Murilo Mendes. Ou do cinema do quase sempre excelente Glauber Rocha. Ou do teatro do genial Nelson Rodrigues. Ou da arte instigante de Hélio Oiticica. Ou da música maravilhosa de Pixinghuinha. Com o tempo...
Um abraço.
Isso aí, amigo, para um profissional como você, tira de letra. Parabéns!
Quero agradecer pela visita e pelo carinho que sempre proporcionou comigo.
Um saudável domingo!
Beijos de agradecimentos!
vc sempre com seus desafios e se superando. isso é espetacular.
bom domingo..
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bjosss...
Um jeito diferente de ver, uma maneira poética de sentir, uma saudade tão tocante...!
Gostei de te ler, Cadinho.
Linda pintura na parede e na saudade!...
Um beijo,
Lucy
Além de ler o texto, eu vi a foto da pintura. E não ligue se alguém disse que você estragou a parede...ficou lindo, lembra formas vagas, indefinidas, de beleza sublime. E verdes, bem verdes...hehe!
Passe lá no meu blog e deixe seu comentário!!!
Paixão de artista é outra coisa..
baci.
Cadinho!Das camisetas a parede!E o próximo passo qual será?
Não vamos ter pressa,um de cada vez!!!
Seu poema é delicioso!!!
beijos!Sonia Regina.
Cadinho,
Você está expandindo sua arte. Começou primeiro com as camisetas, agora foi a parede. O próximo passo deverá ser uma tela.
Será que um dia haverá uma vernissage, com seus quadros expostos?
Abraços,
Odette.
http://tecnenfermaginando.blogspot.com/2009/01/nossos-quadros.html
dê uma olhada nisto
agora me atrevo a confessar,
qdo escrevi este texto foi pensando me vc,
no que fazia com a diversividade de cores e tintas a sua frente
ao construir
uma camiseta.
hj descubro que não só exerce a arte nas camisetas,
mas em tudo que te rodeia
e no modo,
tb,
sensível como nos recebe em seu blog.
de paixão, teresa:)
É sempre boa a sensação de desafio.
E mais, a sensação do dever cumprido, e com mérito.
Um beijo
No início de qualquer coisa pela primeira vez ou não você sente aquele friozinho na barriga. Como estar na coxia esperando a hora do show, da dança sem que os passos saiam errados e desencontrados com a música; como a primeira fala numa peça de teatro; como a primeira resposta de uma prova decisiva.
E antes mesmo que você pense já está tudo feito, como um brainstorm de 30 segundos, você não acredita e pergunta:
_ Mas já? Tão rápido!
Beijos.
O que é uma parede para vc!? Ficou ótimo! Parabéns mais uma vez!
Saudade...Hoje é tudo o que sinto...uma saudade do que eu não pude viver.
Beijocass.
ja pintei paredes ... mas nao pintei numa parede mas deve ser algo sensual e surpreendente no minimo...adorei a pintura:)
maria de sao pedro
tambem pinto mas telas ...
essa entrega é própria da arte, feliz está o dono da parede por ter do artista um pedaço de sua alma. Abçs.
" Tem saudade nessa tola espera "
deve ser por isso qe tenho tanta saudadades, de tantas coisas. são coisas tolas, impossivel esquecer !
belo post :)
beijo ;*
Iai Cadinho! =D
Pode crê, tudo que é novo é realmente especial né? Principalmente para vocês artistas, com certeza tem um "Á" mais que especial...
PArabéns!
E muito obrigado pela visita!
Abraço!
Acredite que sua semana vai ser muito feliz,
que todos os dias o céu tem uma nova cor
e que o Universo conspira a seu favor,
sempre que você assim o quiser.
Assim que seus olhos avistarem o sol pela manhã
lembre-se que este novo dia está por ser escrito
e pode ser sempre um dia feliz,
se você se permitir assim...
Não resisti a tentação de passar pra te deixar um beijo!
Hum, fiquei curios, mas na qual os instrumentos que você usa para pintar, Cadinho?
Usa pincer apenas, ou usa spray, ou uma coisa mais?
E saudade só na lingua portuguesa, sendo acaba sendo uma preciosidade por causa do seu significado.
Fique com Deus, menino Cadinho.
Um abraço.
Cadinho, lendo este teu texto lembrei-me de um outro, escrito por Mendes Ribeiro, era um político, mas era espírita antes de tudo, pena que já morreu, e morreu cedo. ele escreveu sobre sentir "as coisas", a matéria, no caso aqui a parede, sentindo com a gente, existindo com a gente, exalando no silencioso viver uma música só ouvida pela alma generosa. "aprende a ouvir o melodioso silêncio da matéria" "aprende a captar a sonoridade das substâncias", existindo contigo.
Cheguei mais perto, senti sua presença, toquei-a com minhas mãos. Alisei-a num vôo de carinho leve, gostoso, envolvente. Ganhei intimidade, passei a mão nela toda. Sua textura em meu toque, provocação só nossa. E assim foi.
Viu só, você sentiu a sonoridade, a textura, a cor desta parede e ela num momento poético jorrou o seu sim à vida.
diz o autor no texto o seguinte: a poesia está nas coisas, e a poesia é o inconsciente do espírito no ato de ser fonte e jorrar seu sim à vida...
Cadinho, que lindo teu texto, adoro te ler e assim sentir o poeta que há em ti, um poeta que sente com as substâncias, com a natureza e que deixa fluir o som e as cores que vão na alma. Um poeta que resgata uma irriquieta curiosidade da infância reencontra-as e deixa-as trespassadas de ressonâncias exóticas mais profundas, mais vitais.
Você é demais.
Beijos no coração
cleo
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