INSTANTE DIVINO
Série Cadinho de
Prosa dos Folhetos Cadinho RoCo
INSTANTE DIVINO
Quando experimentou o
doce de leite fechou os olhos, silencio total. Lábios em leves movimentos,
esforço pra não engolir aquele sabor que provocava a língua a buscar toda
essência do doce no céu da boca.
Hum!
Engoliu balançando a
cabeça levemente, nenhuma palavra, semblante em êxtase. Conseguiu então
balbuciar: - Delicioso... divino... esse sim é um legítimo doce de leite.
Hum!
Olhou para o vidro ainda
aberto, a colher suja e próxima da torneira da pia, não resistiu. Lavou a
colher com todo esmero, enxugou-a bem e querendo a cumplicidade naquele ato
impetuoso exclamou: Não resisto, só mais uma colherada!
Belo Horizonte, 17
junho 2013
ENTRE MARÉS
Noite silenciosa
Olhar-de-través
Quem
tu és
Noite viçosa?
Entre marés
Vida ansiosa
Mãos e pés
Insinuação gostosa.
Tudo alheio
Ao mar e à praia
Agir sem receio.
Lua que raia
Ao suspiro do anseio
Gesto que o vento ensaia.
Belo Horizonte, 23 dezembro 2000
2 comentários:
A Imagem do Dia me surpreendeu, Cadinho. Também gostei dos textos. Abraço!
Bonito poema, Cadinho, gostei. Mas...sobrou doce de leite?...Beijos!!!
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