ROMPANTE
Série Cadinho de Prosa dos Folhetos Cadinho RoCo
ROMPANTE
Passeando na praia lembro-me de um dos
tantos ensinamentos passados por meu pai: “A vida, qual mar, é feita de fluxos
e refluxos.”
Na companhia de João da Barra passo
impressão que tenho de estar a madame totalmente perdida. João da Barra com sua
sabedoria santa e direi até profética, arremata dizendo que madame não está
perdida; ela está é encontrada pela mentira que inquieta e dá nos nervos da
gente. Com seu jeito autoritário de ser, já não suporta mais ter que repetir
sempre a tal da democracia. Madame é autoritária, só aceita a democracia quando
essa endossa seus interesses. Será que ninguém entende isso? Já que é assim,
para mostrar com mais clareza, madame num rompante singular espera vaia passar
pra dizer: “... Eu sou a Presidenta!”
Será que agora essa gente entendeu o
sentido da coisa?
Belo
Horizonte, 17 julho 2013
HORA
CERTA
Andreia foi mesmo atenciosa. Depois de
limpar a pulseira do relógio, acertou-o com precisão. Horas, minutos e segundos
em perfeita harmonia com o dia da semana e do mês. Perguntou-me se eu queria
ativado o despertador, sem qualquer alarde. Agradeci acordado por tão generosa
atitude. Depois de conferir tudo, um riso simpático e o anúncio de estar o
relógio pronto para o uso do meu tempo. Perdi a noção de tudo.
Tempo parou em mim, diante da Andreia. Ao
meu agradecimento em forma de despedida, o anúncio dela em querer atender-me
sempre.
Manhã desapareceu. Mas o relógio insistia
em afirmar não ser ainda meio-dia.
Belo
Horizonte, 23 abril 2001
3 comentários:
Oi, Cadinho! Quem consegue ajustar relógios sem um manual de instruções merece toda a minha admiração. O entra e sai dos horários de verão me fazem perder um tempão lutando com esses ajustes. :) Abraço!
Cadinho,naveguei pelo seu blog e vi muitos textos interessantes,bonitos,poéticos.Esse da Madame veio bem a calhar nos tempos que estamos vivendo.Bjs e boa semana pra vc.
Os ponteiros do relógio param, quando o momento ainda está na lembrança.
Quando se está no poder, costuma-se pensar ser o próprio poder.
Abraço.
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