Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

quarta-feira, 17 de julho de 2013

ROMPANTE


Série Cadinho de Prosa dos Folhetos Cadinho RoCo

ROMPANTE

     Passeando na praia lembro-me de um dos tantos ensinamentos passados por meu pai: “A vida, qual mar, é feita de fluxos e refluxos.”
     Na companhia de João da Barra passo impressão que tenho de estar a madame totalmente perdida. João da Barra com sua sabedoria santa e direi até profética, arremata dizendo que madame não está perdida; ela está é encontrada pela mentira que inquieta e dá nos nervos da gente. Com seu jeito autoritário de ser, já não suporta mais ter que repetir sempre a tal da democracia. Madame é autoritária, só aceita a democracia quando essa endossa seus interesses. Será que ninguém entende isso? Já que é assim, para mostrar com mais clareza, madame num rompante singular espera vaia passar pra dizer: “... Eu sou a Presidenta!”
     Será que agora essa gente entendeu o sentido da coisa?

Belo Horizonte, 17 julho 2013

HORA CERTA

     Andreia foi mesmo atenciosa. Depois de limpar a pulseira do relógio, acertou-o com precisão. Horas, minutos e segundos em perfeita harmonia com o dia da semana e do mês. Perguntou-me se eu queria ativado o despertador, sem qualquer alarde. Agradeci acordado por tão generosa atitude. Depois de conferir tudo, um riso simpático e o anúncio de estar o relógio pronto para o uso do meu tempo. Perdi a noção de tudo.
     Tempo parou em mim, diante da Andreia. Ao meu agradecimento em forma de despedida, o anúncio dela em querer atender-me sempre.
     Manhã desapareceu. Mas o relógio insistia em afirmar não ser ainda meio-dia.

Belo Horizonte, 23 abril 2001

3 comentários:

Carla Ceres disse...

Oi, Cadinho! Quem consegue ajustar relógios sem um manual de instruções merece toda a minha admiração. O entra e sai dos horários de verão me fazem perder um tempão lutando com esses ajustes. :) Abraço!

Anne Lieri disse...

Cadinho,naveguei pelo seu blog e vi muitos textos interessantes,bonitos,poéticos.Esse da Madame veio bem a calhar nos tempos que estamos vivendo.Bjs e boa semana pra vc.

MARILENE disse...

Os ponteiros do relógio param, quando o momento ainda está na lembrança.
Quando se está no poder, costuma-se pensar ser o próprio poder.
Abraço.