Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

domingo, 11 de agosto de 2013

PINTANDO E PENSANDO

Série Cadinho de Prosa dos Folhetos Cadinho RoCo
PINTANDO E PENSANDO
     Enquanto pinto novo painel, óleo sobre tela, penso no que li da escritora Martha Medeiros em relato dela ao dizer que precisamos, ou devemos, “gastar o amor...”
     Penso não ser possível “gastar o amor” por não ser ele passível de qualquer desgaste, posto haver em sua essência a plenitude. Frente ao amor todo desgaste então passa a ser nosso e não dele. Somos seres em constante desgaste, envelhecemos sempre. Por isso é que não há como rejuvenescer sem antes passar pelo envelhecer. Mas o amor não. O amor não é nem jovem nem velho.
     Quando então dizemos viver novo amor, o que na realidade acontece é que passamos a nos disponibilizar, de novo, ao amor que nunca é o mesmo, mas que também nunca é o diferente.
     O amor é o que é.
     Nós, somos sempre o que passamos a ser.
Belo Horizonte, 11 agosto 2013
ATROFIA E ILUSÃO
     Regras e tratados. Normas e condutas. A impossibilidade da burocracia jamais deverá superar a possibilidade humana. O que nem sempre acontece.
     A intransigência encarcera a alma. Gente com alma presa sofre até sem saber que está sofrendo. Vida passa na crença de estar sendo vivida, quando em verdade está mesmo é sendo atrofiada.
     Por que negar ao semelhante o que não lhe foi negado? Talvez seja porque assim, vive-se a ilusão de ser a conquista o grande objetivo de tudo. O que nem sempre exala satisfação. No mais das vezes, buscamos a conquista do que antes nos conquistou.

Santa Luzia, 01 julho 2001

2 comentários:

Célia disse...

Viver o amor amando sempre... sem artifícios!
[ ] Célia.

Anônimo disse...

lindo texto... deu saudades daqui....

eu quero gastar o amor com alguém...

sonho com isso sempre...