MOMENTOS MÓVEIS

MOMENTOS MÓVEIS

É bem possível

Que a Estefane

Tão amável

Não conheça a Liliane.

Em manhã tão agradável

Que venha o carinho e emane

Doçura de mel

Com jeito Mary Lane.

Encantos que encantam

Gestos palavras papéis

Momentos que inspiram

Linhas e carretéis

Pensamentos que divagam

Por sentimentos móveis.

Belo Horizonte, 10 junho 2018

CASA DO JEEP

     Não é a primeira vez que um jeep vermelho atrai minha atenção. Nem faz tanto tempo haver naquela agência de automóveis, jeep fabricado em 1966 exposto à venda. Se foi ou se não foi vendido, disso sei não. Depois foi a vez daquele amigo do Ricardim aparecer com outro jeep vermelho todo equipado. Tive única oportunidade de vê-lo. Estava também posto à venda. Os dois nascidos do conceito Willys, fábrica montadora depois vendida para Ford.

     Na garagem da casa, o jeep Ford vermelho fabricado em 1982 e que em seu vidro traz papel anunciando propósito do proprietário em vende-lo. O carro está mesmo uma beleza. Limpo, bonito, imponente e com toda aparência de bem muito bem conservado. Passo pela rua da tal casa, sempre querendo saber se o jeep continua lá. Ele permanece firme estacionado no mesmo lugar. Ao que parece, está ali discretamente exposto ao interesse de alguém que queira adquiri-lo.

     Penso nas viagens, muitas viagens que anunciam por aí como mais que necessárias. Compromissos que confundem trabalho com campanha política e coisa e tal. Enquanto isso, país parece assumir comportamento daquele jeep parado à espera de um novo tempo.

     A casa do jeep passa a ser assim identificada, até quem sabe, momento de sua partida.

Belo Horizonte, 09 agosto 2005