DESPEDAÇO
DESPEDAÇO
O que faço
É o que faço
Despedaço
Tiro cigarro do maço.
Fumo a solidão
Converso com minha mão
Escrevo com coração
Sede vinda do pão.
Queijo macio
Olhar frio
Lá longe o navio.
Praia deserta
Vida incerta
Saudade aperta.
Belo Horizonte, 16 fevereiro 2019
SER
Sim, sim escrevo o que sinto
porque esta é a necessidade que sinto viva em mim. Vivo o que sinto
porque sem vida meu sentir não sobrevive.
Sei da importância nenhuma,
ou tímida, que dão ao que faço, mas também não fico preocupado em medir isso.
Já vivi o bastante pra ver muita casa desmoronar e muito grito ser traído por
ele mesmo. Tanta suficiência encarnada em fugas e afirmações tão infantis.
Voltas que dão voltas em torno do nada. Tanta crença perdida pelo encontro com
tanta mentira.
Um dia ouvi alguém perguntar o que é a
verdade, justo quando mentia exatamente por não ter o menor empenho em ser
verdadeiro.
Fôssemos transparentes
seríamos disformes.
Belo Horizonte, 09
maio 2009
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