DESENGONÇADO
DESENGONÇADO
Acordou meio desacordado
Perdido desencontrado
Sonho atrapalhado
Corpo desengonçado.
Água no mar ressacado
Barulhão pesado
Olhar assustado
Vento danado.
Na geladeira suco gelado
Xamã com olhar desconfiado
Late para sujeito mal-encarado.
Portão fechado
Chão molhado
Caso encerrado.
Belo Horizonte, 21 janeiro 2020
SONHADORA
Ela acorda cedo bem cedo pra trabalhar.
Mora longe precisa de duas conduções para chegar até à padaria onde trabalha.
Seis da manhã abre comércio, pães
quentinhos à espera da freguesia. Ela sorri sempre desejando bom dia embalando
produtos, etiquetando e querendo saber se ele e ela querem mais alguma coisa.
Está ali para servir. São operários que chegam, empregadas domésticas, jovens
ainda meio que sonolentos, senhoras mais que detalhistas e aquele que quando
aparece faz com que ela respire fundo.
Não dá pra segredar sua disposição em
atender aquele galã que finge indiferença deixando-a ainda mais, digamos, agitada.
Ela acorda cedo todo dia, saída de sonhos
brotados do balcão daquela padaria.
Belo
Horizonte, 19 agosto 2015
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