MARIA ROSA
MARIA ROSA
Falaram-me da Maria Rosa. Mas quem é Maria
Rosa? Alguma Maria filha de alguma Rosa? Ou será irmã, comadre ou... melhor
deixar pra lá.
Mas a curiosidade insiste querendo saber quem
é, ou foi, Maria Rosa, talvez uma mulher marcante, exuberante, linda,
cativante, sensual. Ou terá sido uma iniciada nos segredos da culinária,
doceira mais famosa da região?
Mas Maria Rosa também poderá ter sido
famosa por outras habilidades não menos espetaculares, porém merecedoras de
reserva e respeito, porque sinto não viver mais a Maria Rosa.
Algo me diz ter ela morrido faz tempo,
quando o mundo onde vivia era todo outro permitindo que Maria Rosa tomasse
banho de mar nua na praia que hoje tem seu nome, lá pelas encostas do Farol de
São Tomé.
Belo Horizonte, 08 maio
2020
SEM
FINGIMENTO
E quando já não podemos fazer mais nada?
E quando, por determinação de força maior
somos afastados do que antes nos sugeria a aproximação de alguma possibilidade
já obstruída?
Há o momento em que a verdade não se
permite mais ao expediente da mentira e a boa intenção não tem mais como agir
por estar antes preservada e mantida à distância de quem ao invés de acolhê-la
pretende é usa-la com o requinte da malícia.
O mar trata de engolir quem resolve
menospreza-lo e assim é que acontece com quem termina por se afogar em sua
própria arrogância. Não há como fingir espanto diante do que por força da
evidência escancara a verdade capaz de aniquilar a estupidez da mentira.
De que adianta fingir que não está
fingindo?
Belo
Horizonte, 18 julho 2017
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