ARBORIZANDO
ARBORIZANDO
Faz tempo que troco ideias com as árvores.
Não sei dizer quando da primeira vez peguei-me conversando com minha vizinha
mangueira que continua viva e produzindo frutos deliciosos que acham por bem
caírem bem aqui no jardim a contar com meus diários cuidados.
O que converso com as árvores envolve um
pouco de tudo e devo admitir sensação bem agradável a delas receber espécie de
energia a permitir que eu alimente e quebre meus galhos de acordo com o que vai
acontecendo por esse meu viver que nem sei mais como descrever.
Não sei se árvores tem ouvidos, mas que
elas ouvem a gente disso não tenho dúvida.
Belo Horizonte, 25 novembro
2020
DA ESCADA
De cada degrau da escada, vozes. De todas as vozes, uma voz. De cada
degrau, um ruído.
Meus passos em outros pés. Na maciez da lembrança, a escada rija. A
mesma pedra em cada degrau. A mesma escada em meus ouvidos inundados por essa
voz que sobe e desce. Ou serão vozes?
Subo e
desço por cada degrau da escada. A voz na lembrança daqueles pés. Dos pés,
silencio.
A escada, no vazio da noite, espera o tempo passar. A voz então passa
pelo tempo, despertando a escada. Mas se na escada existem vários degraus, na
voz poderão existir várias vozes. No entanto, de cada degrau, o mesmo silencio.
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