MAGNÓLIA
MAGNÓLIA
Da janela
ela foi olhando e logo dizendo que o nome da árvore é Magnólia e que sua flor
exala um cheiro forte perfumado agradável. Por duas vezes fui pego de surpresa
por aquele relato mais que oportuno. Primeiro porque eu estava muito curioso em
saber o nome da tal árvore. Mas a segunda surpresa foi a que pegou-me de jeito
porque eu já vinha sentindo nas manhãs um perfume marcante pairando pelos
cômodos da casa sem saber de onde vinha cheiro tão agradável. Cismei que era de
uma outra árvore próxima à que agora sei tratar-se da Magnólia.
Agora cá
estou encasquetado querendo saber nome dessa outra árvore. Aliás, nesta
primavera por aqui as árvores resolveram florescer pra valer.
Belo Horizonte, 23 novembro 2020
AQUELAS
MÃOS
Eu diante das minhas mãos. A poeira da
estrada em minhas mãos. Os dedos da vegetação em minhas mãos. A água do rio em
minhas mãos.
Eu diante dos gestos das minhas mãos
ansiosas e aflitas. As mãos que brincam com as minhas mãos que enxugam as
minhas mãos.
Aquelas mãos pretendidas pelas minhas mãos
retidas por aquelas mãos. Na contradição dos desejos, unhas sedutoras a
provocarem a imediata reação do corpo.
O corpo nas mãos daquela intenção. Terei
quantas mãos?
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