NADA MESMO

 

NADA MESMO

     Questão do dinheiro é o seguinte: ou você tem, ou não tem. Não adianta fingir que tem o que não tem porque no mais das vezes isso acaba não dando certo. Também é de infelicidade singular fingir que não tem o que tem, porque, muito cá entre nós, entregar a vida ao expediente do fingimento nunca é bom.

     Quando o assunto é dinheiro muitos caminhos vão aparecendo porque na realidade o dinheiro tanto abre quanto fecha acessos mais ou menos oportunos. Problema é quando, sem dinheiro, saímos por aí querendo mundo de coisas. Não adianta, porque sem dinheiro não tem jeito de fazer seja lá o que for nesse mundo todo medido por ele, pelo dinheiro. Sendo assim, ou tratamos de negociar sempre com a presença concreta do dinheiro, ou estaremos entregues a situações que simplesmente nos levarão ao nada, que é nada mesmo.

Belo Horizonte, 08 novembro 2020

MISTÉRIO DA COPA

     O jogo vai além campo. Aí o perigo. Há de se pensar nisso. O convívio com o resultado do jogo já acontecido e do que está por acontecer.

     Entre sabores tantos, o amargo da derrota bem próxima do da vitória.

     A possibilidade do gol diante do gol impossível, exige mais que simplesmente pretender. O galope do tempo no campo do jogo, pede jogadas traduzidas por alguma singular antecedência.

     A Copa do Mundo no desafio de um tempo que tanto poderá ser breve quanto longo. O jogo da Copa, no mistério de cada partida.

Belo Horizonte, 26  junho 1998