LONGE
Série
Cadinho de Prosa dos Folhetos Cadinho RoCo
LONGE
Estrada de terra batida, passarinho de voo assustado. Depois da curva
porteira fechada, mas é só abrir e passar.
Porteira range e escancara caminho, sigo em frente pra chegar onde nunca
cheguei antes. Lugar de beleza silenciosa, pedras no chão desse caminho longe
de tudo. No tempo o ensolarado do dia seco, muito seco.
Chego na casa fazenda num altinho que destaca construção em meio à
paisagem linda. Lá no fundo morro feito de uma pedra só, de todo tamanho. Tudo
vazio de sala e quartos, cozinha quieta limpinha, cada coisa no seu lugar.
Descanso corpo no balanço da cadeira, varanda de brisa boa, eu comigo
mesmo.
Belo Horizonte, 3
agosto 2013
REBENTAÇÃO
Cheiro de acarajé. Foi repentino e
surpreendente. No mesmo instante, rebentação de saudade do mar.
Dos olhos daquela mulher forte e disposta,
a manhã conduziu-me à praia. Tudo na eloquência de indomável fantasia. Sal no
paladar da boca que engolia seco o dizer mudo da saudade. Tentei escapar
ignorando a barraca de onde vinha aquele cheiro atlântico. Fechei olhos. Dentro
deles, mais aceso que nunca, lampião no barco do homem que foi pescar camarão.
Sensação de mergulho na manhã movimentada
daquela rua festiva. E a saudade do mar navegado em meus passos perdidos em
Belo Horizonte.
O homem do barco era outro eu.
Belo Horizonte, 28
maio 2001
Um comentário:
cadinho
Eu adoro ver o mar. Pisar nele nao muito, mas ve-lo eu gosto demais!
Sou uma carioca vila lata, pois morei so cinco anos no Rio de janeiro. Sou mineira de tudo quanto é jeito
Com saudades de seu texto mas sem muito tempo
com o mesmo carinho Monica
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