PINTANDO E PENSANDO
Série Cadinho de Prosa
dos Folhetos Cadinho RoCo
PINTANDO E PENSANDO
Enquanto pinto
novo painel, óleo sobre tela, penso no que li da escritora Martha Medeiros em
relato dela ao dizer que precisamos, ou devemos, “gastar o amor...”
Penso não ser
possível “gastar o amor” por não ser ele passível de qualquer desgaste, posto
haver em sua essência a plenitude. Frente ao amor todo desgaste então passa a
ser nosso e não dele. Somos seres em constante desgaste, envelhecemos sempre. Por
isso é que não há como rejuvenescer sem antes passar pelo envelhecer. Mas o
amor não. O amor não é nem jovem nem velho.
Quando então
dizemos viver novo amor, o que na realidade acontece é que passamos a nos
disponibilizar, de novo, ao amor que nunca é o mesmo, mas que também nunca é o
diferente.
O amor é o que
é.
Nós, somos
sempre o que passamos a ser.
Belo Horizonte, 11 agosto 2013
ATROFIA E ILUSÃO
Regras e
tratados. Normas e condutas. A impossibilidade da burocracia jamais deverá
superar a possibilidade humana. O que nem sempre acontece.
A intransigência
encarcera a alma. Gente com alma presa sofre até sem saber que está sofrendo.
Vida passa na crença de estar sendo vivida, quando em verdade está mesmo é
sendo atrofiada.
Por que negar ao
semelhante o que não lhe foi negado? Talvez seja porque assim, vive-se a ilusão
de ser a conquista o grande objetivo de tudo. O que nem sempre exala
satisfação. No mais das vezes, buscamos a conquista do que antes nos
conquistou.
Santa Luzia, 01 julho 2001
2 comentários:
Viver o amor amando sempre... sem artifícios!
[ ] Célia.
lindo texto... deu saudades daqui....
eu quero gastar o amor com alguém...
sonho com isso sempre...
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