SONHO INTRIGANTE

O Ricardo Rayol pegou sugestão do que escrevi, eu peguei sugestão do que escreveu a Mércia e a Mércia escreveu do que esqueceu

SONHO INTRIGANTE

Sonhei com a Mércia.
Conheço a Mércia por fotografia e textos por ela muito bem escritos, além de algumas eventuais mensagens virtuais. Ainda assim, sonhei com ela que dizia ter tido sonho que esqueceu.
Nunca ouvi nem faço a menor idéia do timbre de voz da Mércia. Só que sonhei com o que li em texto publicado por ela. Mas, com toda sua perspicácia, Mércia deu relato do sonho que esqueceu.
Pois eu não esqueci que sonhei com a Mércia que confirmou palavras que escreveu, com sua voz que já esqueci. Só que escrevo isto por constatar que não sei mais distinguir o que em mim é sonho, ou realidade.
Ouço, vejo, percebo e concluo da realidade, absurdos capazes de desafiarem o mais atrevido dos meus sonhos. No entanto, sonho com situações que vivo na realidade. Por isso é que chego ao termo de questionar, não o que tenho sonhado, mas a realidade que tenho vivido, sem ter o meu viver inserido a ela.

Belo Horizonte, 14 março 2008

VARANDA CLANDESTINA

Escrevo o que quero. Da fantasia alheia, escrevo o que quero. Da fantasia que é minha escrevo o que minha inibição permite. E da varanda clandestina, escrevo também.
Escrevo a vida. Trago assim o estigma da esperança que possui meu ser possuído por outras tantas artimanhas. Assim sou eu para a curiosidade alheia que busca e tenta descobrir aquela origem que nem eu consigo encontrar em mim mesmo.
Cavaleiro da Meia-Noite. Eis tudo que sou, para o nada que continuo sendo.
E você, quem é?

Belo Horizonte, 26 maio 2003