Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

terça-feira, 26 de abril de 2011

TEMPO QUE PASSA

Prefiro o sabor do presente do que o amargo do passado

TEMPO QUE PASSA

Enquanto passam os dias vindos de prolongado feriado, eis que vamos ajustando nossas coisas, nossas contas, nossas projeções e intenções. Vem o dia do trabalho, primeiro de maio que é data de aniversário dos Folhetos Cadinho RoCo que completarão 13 anos e que por isso mesmo nascem para o ano 14. Façanha espetacular que dá ao meu viver o mais pleno sentido de vida que experimento a cada dia que passa. É a partir dos Folhetos Cadinho RoCo, que hoje assino um blog e que divulgo os Painéis Cadinho RoCo, óleo sobre tela, minha principal fonte de renda. É pelas vendas dos Painéis Cadinho RoCo que obtenho dinheiro que preciso pra viver, posto que apesar de tantos anos de labuta e de dedicação, não consigo patrocínio para os Folhetos Cadinho RoCo e nem o reconhecimento pelos meus mais de 35 anos dedicados à escrita.

Belo Horizonte, 26 abril 2011

A CAIXINHA

Saiu do banho com o frescor da toalha branca que envolveu seu corpo macio perfumado delicado. No quarto deparou com ele sentado aos pés da cama, cabisbaixo e nas mãos... surpresa. A caixinha?

Escondeu espanto, voz vinda da toalha branca, ela questiona com maciez o que ele faz segurando aquilo e pede que dê a ela. Ele ergue a cabeça, levanta-se e a dedos de distância pergunta o que tem na caixinha tentando abri-la sem conseguir, posto estar ela trancada. Suor frio escorre da nuca medula abaixo, toalha enxugando a fala. Diz que não vai dizer e pede a caixinha de volta.

- Não admito que mulher minha tenha uma caixinha secreta e ainda por cima trancada.

- Você enlouqueceu. Vá e abra aquela janela, respire fundo e olhe com atenção, porque estamos em pleno século vinte um, tempo de não se pensar em tamanha tolice. Não vou dizer e por favor, devolva a minha caixinha.

Trinta centímetros de comprimento, quinze de largura e uns sete de altura. Eis a dimensão do mistério.

Ele devolve a caixinha, não poupa força em abrir a janela, inspira o ar com furor, olhos úmidos na noite seca e distante.

Ela abre o segundo gavetão da cômoda, vinda lá dos tempos da avó, guarda a caixinha com carinho e escolhe a mais sensual das camisolinhas. Sabe que quando ele fica bravo assim, é sinal de que a noite será invadida por aquele cometa luminoso, verdadeira brasa viva.

Ele fecha a janela, não sem antes desabafar: - Merda de século vinte um.

Belo Horizonte, 22 agosto 2007

2 comentários:

Nane Cabral disse...

Tempo, tempo, mano velho, falta um tanto, ainda eu sei... essa música do Pato Fu me faz pensar muito nesse tempo que insiste em passar tão rápido. Já está participando do sorteio no meu blog? Uma ótima semana! Beijinhos, Nane www.vovoqueensinou.blogspot.com.br

Anônimo disse...

Oi Cadinho...

fiquei absolutamente encantada com suas telas!

eu faço telas...ou melhor...tento...abstrato...tb...mas nem posso mostrar...vc é um artista de primeira grandeza....

meu carinho!

Zil