INSTANTES INDECIFRÁVEIS
Na arte a permissão do indecifrável
INSTANTES INDECIFRÁVEIS
Diante do painel, óleo sobre tela, assinado por mim, Elisa demonstra encantamento. Permanece quieta até aparecer em atitude de surpresa pra dizer que sabe haver em todo artista razão para cada pintura que cria. Pergunta o que transmito naquele painel já dela. Engasgo e digo não haver como responder pergunta que fez a mim.
Hoje agora, no amadurecer do perguntado, digo para Elisa que pinturas que crio levam o que poderá ser entendido como espécie de provocação. O propósito busca inquietar o imaginário das pessoas para que na ânsia de algum significado percebam sugestões que brotam da pintura a proporem conclusões permitidas a outras. Assim é que digo haver em mim antes a intenção de transmitir pelas pinturas que crio atitude de amor colhido de instantes tão estéticos quanto indecifráveis.
Belo Horizonte, 12 agosto 2011
MESMO OUTRO
Há um momento em meu silencio, que não é meu.
Há uma presença em minha vida, que não é minha. Nem sei e até desconfio, que minha vida não seja assim tão minha. Só minha é certo que não é.
Longe dos meus sentidos eis que o sentimento sente a mulher que surge aparece. Sua voz não ouço, sua imagem não vejo. Ainda assim posso sentir meus ouvidos sensíveis à sua presença, tal como sucede com meus olhos;. E assim consigo toca-la pelo apalpar outro toque alheio a este aqui tão meu e sentir sua fragrância em minha respiração alterada. Dos mesmos sentidos tão presentes em mim, a manifestação abstrata deles que agora sim fazem com que eu sinta também sabor do seu beijo em minha boca, derramado por este instante vindo do coração que é outro deste mesmo que bate em meu peito.
Um comentário:
Que lindo esse "Mesmo Outro"! Quanta poesia! Abraço!
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