SOLTO
Bom trabalhar solto
SOLTO
Já pensei em fazer muitos programas de
rádio e televisão. Já fiz alguns, apresentei outros, participei de lançamentos
e fiz parte de equipes em transmissões diversas. Hoje não sei se penso num
programa de televisão, de rádio, ou se imagino participação aleatória nas
programações de rádio e televisão.
O que quero dizer é que considero
simpática a ideia de adentrar pelos horários dedicados aos comerciais com
mensagens curtas, rápidas, simples e objetivas. Espécie de expediente pra
quebrar sucessão de anúncios com um dizer que estará valorizando mais o tal
horário tido como intervalo comercial.
Quando digo isso o outro já quer saber
mais, como fazer pra que essa coisa funcione e tal e tal. E a coisa, ao meu
pensar, começa a funcionar assim mesmo, desse jeito, com dizer dessas palavras,
com conteúdo dessa leitura. Sonho em poder emancipar os Folhetos Cadinho RoCo
exatamente assim, num relacionamento simples, sincero, desprendido de regras e
fórmulas que pra mim só funcionam para artificializar o que não quero
artificializado.
Belo Horizonte, 13 fevereiro 2013
“OVO
MOLENGA”
Simone e Murilo chegaram da pescaria.
Fazia calor e a tarde ia desaparecendo sem pressa. No Colúmbia, o bar vivia
momento de mansidão. Era cedo ainda para aquele sábado livre de compromissos.
Simone disse estar com fome. Da pescaria
sem almoço, Murilo pede o cardápio. Carnes de frango, boi e peixe. Molhos e
guarnições ao dispor do paladar manifestado pelo casal. Tudo certo, tudo
escolhido. Pediram o que queriam comer, fazendo algumas breves recomendações de
como queriam o serviço. Até que o Murilo manifestou vontade de comer um ovo
frito. Mas tinha que ser um “ovo molenga”, frisou bem o grande herói das
pescarias.
A fada demonstrou surpresa, mesmo sem
aparecer para os ocupantes daquela mesa. E quase suspirando, quis saber de mim qual
era o apetite do poeta naquele sábado encantado.
Belo
Horizonte, 17 outubro 1999
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