VIZINHANÇA
Menina irritada
VIZINHANÇA
Tem uma hora
que a gente cansa de tanta política, de tanta pesquisa, de tanta conta pra
fazer, pra pagar, pra cobrar. Tem hora que a gente percebe que está em meio a
uma cidade que pede participação nossa, digamos que mais direta. Tem hora que a
gente acorda para o fato de que estamos meio que adormecidos para um monte de
coisas que estão aí à nossa espera.
Agora mesmo,
enquanto converso com essas palavras ouço adolescente em calorosa discussão na
vizinhança, suponho que com sua mãe. Só ela fala, ou melhor, grita demonstrando
singular irritação porque não consegue ser compreendida.
Do rádio busco
algo que saia do noticiário comum, das músicas de sucesso. Do rádio busco
companhia, ouvir uma voz que faça bem aos meus ouvidos. Do rádio digo o que
penso pra ouvir depois o que pensam por aí, seja lá do que for.
Belo Horizonte, 14 fevereiro 2013
A CORREÇÃO
Rua
Bárbara Heliodora. Em uma de suas extremidades, o mistério. A rua, de único
quarteirão, ostenta magia. Sua brisa única, oferece o sentido de particular
contemplação.
Mas
eu não estava na rua Bárbara Heliodora, quando tropecei em minha lembrança. Mas
foi na rua Bárbara Heliodora que passei a entender e a vagar pelo encanto do
encanto.
Foi
rápido e até simples. Como querendo impressionar, busquei a saudação da
convicção. Chamei a Heliodora de Bárbara. Ela riu e corrigiu meu engano.
A
fada, ouviu silenciosa.
Belo Horizonte, 23 outubro 1999
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