CONSTATAÇÃO

Engraçada essa realidade estampada por Belo Horizonte

CONSTATAÇÃO

     Digo com toda humildade não ser eu autoridade em administração pública, mas sou transeunte e morador de Belo Horizonte. Observo por todos os cantos da cidade vestígios de obras, tapumes, placas, buracos, trechos interditados. Mas o curioso é que em meio a isso tudo os operários são escassos, o movimento das obras quase nenhum, isso quando conseguimos perceber algum.

     Em Belo Horizonte hoje existem muitas obras que dão a nítida sensação de estarem paradas ou, na melhor das hipóteses, num ritmo lento demais.

      Não será por isso é que Belo Horizonte está feita em cidade congestionada e com trânsito totalmente confuso? Sugiro que humildemente consideremos essa hipótese.

Belo Horizonte, 25 março 2013

O NAVIO

     Estamos sempre chegando a algum lugar. Do horizonte distante, a imagem que vai tornando-se próxima. No mar do Caribe, uma embarcação. Um  barco. Melhor dizendo, um navio. Trata-se de um enorme transatlântico. Imponente, bonito, robusto, gigantesco.

     Do veleiro, a minúscula sensação de estar diante de uma miragem. Mas, lá está ele, aquele navio tão comprido quanto alto. Ele segue para oeste, enquanto vou para o leste. Entre nós, uma milha náutica, se bem calculada.

     O mar celebra o nosso encontro. Passamos um pelo outro, sem nada dizer. Sinto-me mais próximo da ilha que quero alcançar. E o navio vai se afastando, deixando o veleiro quase que paralisado por sua velocidade. Do seu rastro, a marola enfurecida. Mas o veleiro parece cuidar do seu humor, com singular sabedoria.

     Busco do mapa nossa localização. E aquele navio tão grande, vai desaparecendo aos poucos.

Belo Horizonte, 14 março 2000